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montesclaros.diariomineiro.net - Ano 26 - sexta-feira, 23 de maio de 2025

Aumentam os casos de sarampo, mas Brasil tem certificado de pas livre da doena desde o ano ado 5466s

Domingo 30/03/25 - 12h06

11h59, domingo, Agencia BrasilCasos de sarampo preocupam, mas Brasil ainda pas livre da doenaEspecialistas alertam para importncia da vacinao contra a doenaTMARA FREIRE - REPRTER DA AGNCIA BRASILO aumento de casos de sarampo no continente americano acende um alerta para o Brasil, mas, por enquanto, os trs casos confirmados aqui no comprometem o certificado de pas livre da doena, reconquistado no ano ado.Para a gente perder essa recertificao, a gente tem que ter durante um ano, a partir do primeiro caso, cadeias de transmisso com o mesmo gentipo do vrus circulando, explica a chefe do Laboratrio de Vrus Respiratrios, Exantemticos, Enterovrus e Emergncias Virais da Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marilda Siqueira, O laboratrio credenciado como unidade de referncia regional para sarampo pela Organizao Mundial da Sade (OMS).Por enquanto, o Ministrio da Sade confirmou apenas casos espordicos: dois no Rio de Janeiro, em bebs gmeos que ainda no tinham idade para se vacinar, e um no Distrito Federal, em uma mulher adulta que provavelmente foi infectada em uma viagem ao exterior.Das 110 suspeitas notificadas at o dia 12 de maro, 22 ainda estavam em investigao nessa data, de acordo com a ltima atualizao do epidemiolgico da pasta.Os casos suspeitos de sarampo so de notificao compulsria, ou seja, devem ser comunicados imediatamente s autoridades de sade. H um protocolo rgido para quando so confirmados, que inclui a identificao e o monitoramento de todas as pessoas que podem ter sido infectadas pelo doente, e o bloqueio vacinal, que o reforo da vacinao nos locais que essa pessoa frequentou, como escola e local de trabalho."O sarampo causado por um dos vrus mais infecciosos que existem. Se algum com sarampo chega em um ambiente com baixa cobertura vacinal, o vrus transmitido para 17 pessoas, mais ou menos. J o SARS-CoV, por exemplo, transmitido para duas pessoas, apesar de ser um vrus que tambm muito transmissvel, complementa a chefe do laboratrio da Fiocruz.Casos nas AmricasO risco se intensifica quando h surtos em outros pases. Relatrio da Organizao Pan-Americana da Sade (Opas), divulgado em 24 de maro, aponta que, este ano, 507 casos foram confirmados em outros pases do continente, superando a contagem de todo o ano ado. So 301 nos Estados Unidos, com duas mortes; 173 no Canad; 22 no Mxico e 11 na Argentina. A Opas avalia que o risco de disseminao da doena, com ameaa sade, alto.O ltimo grande surto vivido no Brasil comprova como os vrus no conhecem fronteiras. Em 2017, o Brasil estava recebendo muitos cidados da Venezuela, onde os casos de sarampo estavam altos. No ano seguinte, os registros explodiram nos estados prximos fronteira, e comearam a surgir tambm em outros locais.Os culpados, por assim dizer, no foram os cidados da Venezuela. porque naquela poca ns j estvamos com deficincia na nossa cobertura vacinal. Hoje em dia, com todas as conexes que ns temos, principalmente atravs da aviao, naturalmente ns esperamos, no s no Brasil, um nmero de casos importados todos os anos. O que a gente no deve ter essa grande batalha para que no tenha cadeias de transmisso. A gente tem uma ferramenta poderosa na nossa mo que a vacina, lembra Marilda Siqueira.VacinaoA vacina contra o Morbilivirus, causador do sarampo, foi desenvolvida na dcada de 1960, mas a imunizao s foi intensificada no Brasil a partir dos anos 1990, quando autoridades de todo o mundo decidiram concentrar esforos no controle da doena, j que a maior preocupao anterior, a poliomielite, havia sido erradicada. Antes disso, o sarampo matava cerca de 2,5 milhes de crianas no mundo por ano.Atualmente, ela aplicada no Sistema nico de Sade (SUS) como parte do imunizante Trplice Viral, que tambm protege contra a caxumba e a rubola. A primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses de idade, e a segunda, aos 15. Em 2024, o Brasil atingiu a meta de cobertura de 95% na primeira dose, mas menos de 80% dos bebs tomaram a segunda.A eficcia dessa vacina de 93% a 95%, o que significa que 5% a 7% das pessoas no vo responder de forma adequada. Ento a gente faz a segunda dose por dois motivos: para evitar essa falha primria e porque, com o ar do tempo, a proteo diminui naturalmente, e o reforo prolonga essa proteo, explica o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizaes (SBIm), Juarez Cunha.Cunha complementa que o Brasil ainda est superando outro agravante: Durante a pandemia, caiu muito a cobertura vacinal, ento, vamos dizer, se a gente teve 70% de cobertura, significa que 30% daquelas crianas no foram vacinadas no tempo correto. Se elas no foram vacinadas at agora, elas vo engrossar um grupo de suscetveis.Por isso, pessoas de at 59 anos, que no se vacinaram ou no sabem se foram imunizadas tambm devem procurar as unidades de sade. Os dados das infeces registradas este ano nas Amricas mostram que o sarampo no uma doena exclusiva de crianas pequenas: quase metade dos infectados tem de 10 a 29 anos.Ainda que os adultos tenham menos chances de adoecer com gravidade, eles transmitem a doena normalmente, inclusive para bebs menores de 1 ano e pessoas com alguma imunodeficincia que no podem se vacinar. Mas, se a cobertura de 95% for atingida para toda a populao, nas duas doses, todos ficam protegidos pela imunidade coletiva, j que a vacinao em altas taxas quebra a cadeia de transmisso do vrus."O sarampo frequentemente descrito como o melhor sinal de que a vacinao no vai bem em algum lugar, porque como ele muito facilmente transmissvel, qualquer perda na imunidade coletiva j permite que pessoas suscetveis adoeam, em especial, as crianas mais novas, complementa a chefe de Sade do Fundo das Naes Unidas para a Infncia (Unicef) no Brasil, Luciana Phebo.Ela refora que a queda na cobertura das vacinas de rotina, observada globalmente durante a pandemia de covid-19, uma causa fundamental para esse aumento de casos de sarampo, mas tambm responsabiliza a hesitao vacinal, que chegou a ser considerada uma das principais ameaas sade pblica global.O termo significa o atraso ou a recusa em se vacinar, mesmo quando as vacinas esto disponveis. A principal causa da hesitao a perda do medo da doena, mas ela tambm pode acontecer quando as pessoas no esto bem informadas, e tm medo ou dvidas sobre a vacina, ou quando acreditam em discursos falsos. 1c6q38

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