Jos Fialho Pacheco Este o nome do mais brilhante reprter de Minas, um dos mais importantes do Brasil no sculo XX. Conhecido e reconhecido como Fialho Pacheco, disparado o recordista do Prmio Esso de Jornalismo em Minas, com 5 lauris, apesar de ter chegado profisso aos 42 anos. Tinha, e incompleto, o curso secundrio, mas ningum no seu tempo foi capaz, ou ousou, cobrir um acontecimento - especialmente na rea policial - como ele, um autodidata nascido em Manhuau, filho de juiz e que, na juventude, foi sargento do Exrcito na Amazonia. Nos seus anos ltimos, ainda teve tempo, coragem e ousadia para ser prefeito da diminuta cidade de Juramento, muito prxima de Montes Claros, para onde o levou o amor. Distante fisicamente das redaes, e nunca do ofcio de reprter, Fialho conservou entre os mais exigentes profissionais do seu tempo o elevado conceito de reprter imbatvel, infatigvel, vibrante, campeo de "furos" e da boa informao. Partiu em 1 de fevereiro de 1989, dias depois de sofrer um derrame cerebral, ainda na primeira manh, quando tombou sobre a mquina de escrever - uma extenso de sua vida de reprter animoso. Seu corpo repousa no cemitrio de Montes Claros, cemitrio palavra grega que significa lugar de dormir, dormitrio. A frase exemplar na lpide resume a essncia daquele cujo corpo ali repousa: "A vida de um jornalista um varal ao sol . Jornalista sem vocao como o mdico que se formou porque atendeu aos apelos do pai. Um bisturi na mo de uma pessoa sem vocao o mesmo que uma caneta na mo de quem no gosta de ser reprter". Pura verdade. A lenda sobre Fialho Pacheco, a legenda do homem e do reprter que amou e perseguiu a notcia como ningum, prossegue entre os que tiveram a ventura de conviver com ele na redao e ao longo de memorveis reportagens. Na velha redao do jornal Estado de Minas, no distante 2 de dezembro de 1974, ele datilografava freneticamente um texto, usando apenas os dedos indicadores. Ao fim do trabalho, com o cigarro que eternamente pendia dos seus lbios (sem nunca tragar), Fialho se encaminhou para um jovem colega e entregou-lhe 8 laudas, datadas e assinadas. Era o seu memorial, finalizado de surpresa 15 anos antes de tombar sobre a mquina de escrever, na casa de Juramento. So as pginas que se vai ler a seguir. Foram cerimoniosamente guardadas por 32 anos pelo menino que as recolheu do homem que tinha, naquela hora, lgrimas nos olhos. Por que ? Nunca soube. Parecia apenas segredo de amigo para amigo. Fialho - apesar da linguagem intimista, quase confessional - nunca revelou o que pretendia com o gesto. Tambm no lhe foi perguntado. Restou a lembrana, vvida, de uma cerimnia muda, rpida, intensa, que dura por uma vida inteira. Restaram outras lembranas. Os dois haviam se conhecido na redao do jornal, no comeo dos anos 70, e tornaram-se inseparveis amigos, atuando em dupla - at o fim. Eis Fialho Pacheco, por ele mesmo: 5dx4w
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