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Walter Abreu
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Por Walter Abreu - 1/6/2015 23:54:05 |
Vou falar das NOVELAS, de novo. Meses aqui a trs, escrevi o artigo "No vejo novelas" em cujo texto justifiquei o ttulo. A cada dia que a repudio mais o contedo idiota desses programas da televiso brasileira. Nada aproveitvel. Para amenizar um pouco, estrategicamente incluem no contexto algo de interesse da sociedade, como estmulo doao de rgos, crianas desaparecidas, etc. Mas a mensagem central e que fica mesmo, s as tramas que induzem destruio da famlia e a valorizao da trapaa, da falcatrua e da bandidagem. Imagino que uns 50%(ou mais) do espao da mdia brasileira gira em torno desta aberrao conhecida como novela. Alm do tempo prprio, a TV, as revistas, os jornais, as redes sociais dedicam um precioso tempo dedicados a comentar, entrevistar e noticiar assuntos que so ligados ao tema. No me ocupo de nada que se relacione com isso. Porm hoje, ao ver uma manchete sobre novela, na qual o autor de Babilnia manifesta estar decepcionado com a audincia, resolvi ler para entender. Sabe a que o idiota do autor atribui a baixa audincia? Ele diz que o brasileiro "careta e hipcrita" e por estes motivos, o grande fracasso da trama que ele escreve. Pode isto? Um pouco de humildade e menos arrogncia faria bem a esse autor. Escreve uma mer........cadoria dessas e ainda ofende quem no gosta. Aposente-se. J ou da hora. |
Por Walter Abreu - 8/2/2015 15:07:59 |
UMA NOVA ORDEM ECONMICA O fim da misria e a recuperao ambiental como motores do crescimento. Os economistas dizem quem no h outro caminho, seno o crescimento econmico. Os ambientalistas afirmam que o planeta chegou no limite da exausto e que no h como ter sustentabilidade no atual modelo. Os socilogos pregam que est tudo errado, em especial na distribuio da riqueza. Quem est certo? Penso que todos esto certos e todos esto errados. Como? Todos esto certos no diagnstico e errados na prescrio do tratamento. Toda a discusso ideolgica e no tcnica, de maneira que o egosmo e a vaidade no permitem que os conhecimentos se complementem e surja uma soluo verdadeira e sustentvel. Se a forma de resolver nascer de um equilbrio entre as opinies, ningum poder alardear-se como o heri e o salvador. inconcebvel no atual modelo mental das pessoas, que as boas teorias e prticas da esquerda sejam somadas ao que h de bom no contedo da direita, resultando na melhoria da vida de todos. Os pilares sociolgicos, econmicos e ambientais so bsicos para a propositura de uma nova ordem econmica e so perfeitamente compatveis, desde que a sua formulao seja baseada no esprito cristo, com fora na compaixo e na tica. O que importa o resultado coletivo e no quem est no poder. No Norte de Minas vivemos isto permanentemente. Vejamos o exemplo do problema da gua, que se agrava sem uma perspectiva de soluo. H um forte embate ideolgico e poltico sobre a viabilidade das barragens e, enquanto um lado no impe ao outro a vitria de suas teses, a gua vai acabando. Nos inmeros encontros em que participei para debater o tema, sempre h de um lado os que defendem as pequenas barragens, e de outro os que advogam em favor das grandes. Ambas so importantes e cada uma tem a sua funo. As pequenas so indispensveis ao controle ambiental, infiltrao da gua no subsolo, ao combate eroso, pequena irrigao e a outros fins nobres. A grande barragem importante para a gerao de energia, para o aumento da oferta de gua para fins econmicos, como irrigao, turismo e piscicultura, para perenizar rios, para a segurana hdrica e alimentar e mais outros tantos benefcios. Importante frisar que os fins econmicos so tambm sociais. Mais ou menos como o debate entre os que defendem a ciclovia e os que querem a ferrovia. Ambas so timas, mas cada uma para seu fim. No podemos pensar em usar a ciclovia para transportar minrio de ferro, muito menos a ferrovia como forma de transporte individual. Ento devemos aglutinar os nossos conhecimentos, livre da contaminao da vaidade e egosmo, para formular uma nova ordem, que tenha foco na libertao do ser humano da misria e da opresso, assim como em recuperao ambiental, de maneira que o planeta possa se refazer e o ser humano o habite com dignidade e felicidade. Esse intenso debate ideolgico entre esquerda e direita est fora de moda, penso. Entramos em um momento em que a disputa dever ocorrer entre os que realmente querem o bem comum e os egostas e desonestos, sejam eles de esquerda de centro ou de direita. |
Por Walter Abreu - 10/1/2015 20:07:50 |
NO VEJO NOVELAS - No vejo novelas por que no me convm, como penso que no convm a ningum. Como vivemos em uma democracia, onde vence a vontade da maioria, muitos assistem. Neste tema, como sou minoria em minha prpria casa, no chamado horrio nobre a televiso est sintonizada no que h de mais contrrio denominao deste intervalo de tempo. Nobre? O que h de nobre nas novelas? Nobreza maior que a famlia, na minha opinio, no h. O que pregam as novelas? Tudo aquilo que frontalmente contrrio aos princpios familiares, base de uma sociedade equilibrada. A malandragem, a infidelidade conjugal, a trapaa e todo tipo de desonestidade so as principais caractersticas dos personagens. Embora no assista, de to pobre o enredo e a criatividade, conheo o cerne de todas, que so sempre iguais. Em todas existe uma famlia rica, desordenada e desestrutura, na qual os seus membros, na disputa pela riqueza e poder, negligenciam as virtudes que se sobrepe a todos os princpios cristos e humanos. Em outro ncleo composto por pessoas sem posses, se destacam personagens que fazem da ascenso financeira uma obsesso, cujo objetivo deve ser alcanado a qualquer preo. No raro a nora abandona o marido para fugir com o sogro. A moa recentemente sada da adolescncia, enamora com um homem mais maduro, que ao final da trama descobre ser seu pai. Sempre, invariavelmente, o tema exame de DNA citado em todos os captulos de todas as novelas, como se as pessoas se reproduzissem aleatoriamente, sem eira nem beira. A sexualidade totalmente banalizada, transfigurada e violentada. Aquilo que deveria ser a manifestao divina do amor, a a ser incentivado de forma irresponsvel, irracional e animal. A concupiscncia a a ser palavra de ordem. Quem no tiver o desejo intenso por prazeres materiais e sexuais, na viso dos autores de novelas, so classificados como infelizes, desatualizados e fora do mundo moderno. Para completar a minha indignao, algumas vezes Montes Claros e o Norte de Minas foram inseridos em cenas de novelas, de formas bem pejorativas. Em uma dessas, da qual nem me lembro o nome e muito menos o autor, um personagem procura de meios para retornar sua cidade, usa o telefone pblico para ligar para a famlia e diz: Estou numa cidadezinha de Minas, perto de Bocaiva, chamada Montes Claros. Em seguida aparece uma imagem de uma construo tosca com a inscrio Rodoviria na testeira e o personagem embarcando em uma velho corcel da dcada de 70, caindo aos pedaos. Parece-me que esta semana fomos novamente inseridos no contexto. Tomei conhecimento pelas diversas mdias, que um personagem disse que iria voltar para Montes Claros, para comer pequi, farinha do Morro Alto, Carne de Sol e tomar suco de coquinho azedo. Nada contra estas maravilhas de nossa culinria, mas Montes Claros, terra que amo e defendo, muito mais que isto. Se o autor bem conhecesse nossa cidade, deveria, aps enaltecer nossos comes e bebes, incluir na fala do ator: Alm de usufruir destas maravilhas, vou aproveitar do calor humano e do carinho do povo maravilhoso, voltar a estudar em uma das inmeras faculdades de l, ter a segurana de envelhecer em uma cidade que tem uma medicina avanada, ler os livros de Darcy Ribeiro e Cyro dos Anjos, curtir as festas de agosto, danar catop, ouvir Tino Gomes, a seresta de Joo Chaves e Beto Guedes, aprender a tocar violo no maravilhoso Conservatrio de Msica Lorenzo Fernandez, conhecer cidades prximas como Diamantina e Gro Mogol. Nada contra o pequi. Muito menos contra a carne de sol. Mas nossa querida Montes Claros muito mais que isto. Alis hoje sbado, um timo dia para um belo arroz com pequi, com farinha do Morro Alto, carne de sol, cachaa de Salinas, doce de marmelo de So Joo do Paraso e suco de coquinho azedo. Mas Montes Claros muito mais. O Norte de Minas muito mais. |
Por Walter Abreu - 15/11/2014 22:15:25 |
A LGICA PERVERSA DA POLTICA NO NORTE DE MINAS Podemos duvidar da capacidade de uma comunidade em gerar desenvolvimento, quando toda a energia de suas lideranas dedicada disputa poltica e eleitoral, durante todos os dias do ano. Esta a realidade de muitos dos pequenos municpios do Norte de Minas. Pelo menos os que eu conheo bem, quase todos so exatamente assim. Neles vigora uma lgica perversa, onde quem ganha a eleio persegue os que perderam e os que perderam sabotam e boicotam quem ganhou. Um lado procura manter-se no poder enfraquecendo a oposio, com aes detestveis, como descontinuao de projetos que estavam dando certo, desmerecimento de iniciativas positivas, presso sobre funcionrios pblicos e de lideranas que no so da corrente poltica no poder e todo tipo de perseguio possvel. J quem est fora do poder procura sabotar e boicotar tudo que for de iniciativa do prefeito e sua equipe. No se pode itir que o outro grupo seja bem sucedido na gesto, o que, fatalmente, levaria a reeleio do adversrio para continuar na direo do municpio. Assim sendo, melhor ser que a istrao seja o quanto pior, de modo que na prxima eleio no haja o que elogiar e leve mudana de poder. Desta forma o Capital Social dos pequenos municpios, praticamente deixa de existir. As associaes, sindicatos, clubes e demais formas de organizao da sociedade civil, tendem a no existir e quando resistem diviso entre situao e oposio, am a fazer parte e a servir a um lado ou a outro, e no sociedade como um todo. Como uma comunidade que dedica toda a sua energia no empate poltico, objetivando exclusivamente a retomada ou a manuteno do poder, pode produzir desenvolvimento? No sobra tempo para falar de projetos, para propor aes, para planejar o futuro e melhorar a vida de todos. Pouco importa se ano a ano, de eleio em eleio a cidade piore ou avance lentamente na melhoria de seus indicadores sociais, econmicos e ambientais. O que interessa derrotar o adversrio, mesmo que para isto seja necessrio que todos percam muito. Como naquela situao em que o piloto decide derrubar o prprio avio para matar o inimigo que est a bordo. A disputa do poder nos pequenos municpios tem feito muito mal a todos. Tanto aos envolvidos diretamente na poltica, quanto aos que no participam dela. Gastos astronmicos e no declarados nas campanhas eleitorais so comumentes sucedidos por irregularidades praticadas no af de reembolsar aos que proveram os custos da obteno dos votos. Assim acontecem a corrupo e a ineficincia, que, somadas apatia e a conivncia da sociedade local, afundam os pequenos municpios e os condenam a evoluir to lentamente, que muitos perdem as esperanas de usufruir, ainda na vida terrena, de uma condio mais digna. Felizmente surgem, em alguns municpios, novas lideranas que se prope a mudar esta situao, aliando-se a este fato a firme atuao da Polcia Federal, do Ministrio Pblico e de algumas iniciativas da sociedade local, nos fazendo esperar melhorias e a alterao desta lgica perversa, que tanto tem prejudicado o desenvolvimento de nossa regio. |
Por Walter Abreu - 26/10/2014 17:55:38 |
, chega ao fim a batalha eleitoral de 2014. Eu que sempre gostei da poltica, da boa poltica, concluo a minha participao com uma fortssima motivao de continuar e aprofundar a minha participao. Conheo as minhas foras e as minhas fraquezas. Sei de minhas virtudes e de meus defeitos. Como cristo, nas minhas oraes, s fao a DEUS dois pedidos: Que perdoe os meus pecados e aumente a minha f. No mais, s agradecimentos a Ele. Todas as semanas, na missa dominical, dizemos no Ato Penitencial: Confesso a Deus todo poderoso, E a vs irmos e irms, Que pequei muitas vezes por pensamentos, Palavras, atos e omisses, Por minha culpa, minha culpa, Minha to grande culpa, E peo Virgem Maria, Aos anjos e todos os santos, E a vs, irmos e irms, Que rogueis por mim, a Deus, Nosso Senhor. Assim sendo, na poltica como na vida, vejamos onde pecamos, especialmente por omisso. Lugar de gente boa e honesta na poltica. De tanto cometerem erros no exerccio dos cargos pblicos eletivos, os bons se afastaram. No que no existam hoje boas pessoas disputando as eleies e ocupando os cargos. Sim existem boas pessoas, mas, convenhamos, que uma grande parte deixa a desejar. A corrupo presente, a ineficincia introduzida na cultura pblica, a percepo do eleitor de que sempre foi e sempre ser assim, induzem aos bons a se omitirem. Trabalhei pela eleio do Acio e espero que daqui a pouco a apurao lhe confirme a vitria. Peo desculpas queles que se sentiram ofendidos pelo debate, virtual e presencial, e, ao mesmo tempo peo, tanto para quem votou em Acio, quanto ao quem votou em Dilma: No permitam que os ocupantes de cargos pblicos mintam, roubem, corrompam, malversem, enganem, ludibriem e usem a mquina pblica em beneficio prprio e em benefcio do partido e de seu grupo. Que o exerccio do cargo pblico seja a mais nobre das profisses, visto que dos polticos que emanam as decises que interferem na educao, na sade, na segurana pblica e em todos os demais aspectos da vida. Enfim, aos bons, conclamo que participem da poltica, seja filiando a um partido, seja fiscalizando, seja opinando, seja como integrante de uma associao, clube de servio ou outra forma de organizao social. Mas no pequem pela omisso. |
Por Walter Abreu - 15/10/2014 23:27:44 |
MONTES CLAROS 2030. QUE CIDADE NS QUEREMOS? Quando se navega sem destino, nenhum vento favorvel. Assim definia o pensador Sneca, a situao de quem no sabe o que quer ser ou para onde quer ir. Ensinamento perfeito para qualquer ser humano, alertando para a necessidade de se planejar, definir metas e criar a viso de futuro. Perfeitamente aplicvel a uma empresa, uma instituio e tambm a uma cidade. Onde queremos chegar? Que cidade queremos em 2030? Vamos adotar a mxima do Zeca Pagodinho, do deixa a vida me levar? Ou vamos definir a nossa viso de futuro e, a partir da, planejarmos e construirmos o lugar onde queremos viver e sermos felizes? Penso que isto melhor que aquilo. Alguns sonham com Montes Claros enorme, com dez centenas de milhares de habitantes. Chegaram a idealizar o movimento com o nome provisrio de Montes Claros 1 milho. Felizmente o nome foi to provisrio quanto o movimento. Morreu antes de nascer. Melhor ser viver em uma cidade com metade destes moradores, com alta qualidade de vida, com justia social e sustentabilidade ambiental. O norte de Minas precisa avanar de forma equilibrada, distribuindo o crescimento populacional, econmico e social por todos os municpios. Caso contrrio, a sua maior cidade far o movimento do cachorro correndo atrs do prprio rabo. Jamais alcanar o objetivo de ser um lugar timo para se viver. Assim precisamos definir o que queremos ser. Para contribuir com isto nasceu em Montes Claros o CODEMC-Conselho de Desenvolvimento Sustentvel de Montes Claros, que tem, entre outros objetivos, a misso de contribuir para o planejamento de longo prazo para a nossa cidade. Os trabalhos do CODEMC sero estruturados em diversas Cmaras Tcnicas. Meio Ambiente, Infraestrutura, Desenvolvimento Econmico, Sade, Educao, Mobilidade e Planejamento Urbano, Oramentria e Tributria e Segurana. Estas sero as permanentes, podendo ser criadas cmaras temporrias, de acordo com a necessidade e oportunidade do tema. No prximo dia 27 de outubro, estaremos reunindo os apaixonados por Montes Claros, s 19:00 horas, na sede da OAB, para instituio das diversas Cmaras. Construir um planejamento e definir os rumos a seguir no pode e no deve ser responsabilidade s do poder pblico. Vamos participar. No necessrio ser convidado oficialmente. Basta ser apaixonado por nossa Terra. |
Por Walter Abreu - 11/10/2014 23:57:17 |
Boa noite leitores do Mural. Fiquei muito surpreso quando um amigo me ligou dizendo que eu ei a ser listado como "colunista" do montesclaros.diariomineiro.net ; Que honra figurar ao lado de D. Yvone Silveira, Luiz de Paula, Petronio Braz, Paulo Narciso, Ucho Ribeiro, Wanderlino Arruda, Manoel Hygino, Drio Cotrin, Genival Tourinho e tantos outros. Vou me esforar para, periodicamente, comparecer a este espao escrevendo, porque lendo, sou frequente. Parabns ao montesclaros.diariomineiro.net por este espao to democrtico. |
Por Walter Abreu - 6/10/2014 09:21:04 |
Parabns nova Deputada Federal Raquel Muniz. Que Deus a abenoe na difcil tarefa de lutar, como a nica representante do Norte de Minas no Congresso Nacional.Alm dela poderamos ter eleito mais uns quatro deputados. A regio tem mais de 1 milho de votos. Nesta eleio a nossa regio repete o erro das outras edies, votando em candidatos que no tem compromissos com esta parte do Estado.Estes votos fizeram muita falta aos candidatos locais. Caber a ns, agora chorando sobre o leite derramado, cobrar daqueles que, embora no sejam daqui, levaram os votos de nosso povo. Vamos divulgar a votao de cada um dos eleitos e manter uma vigilncia permanente. Com relao Raquel Muniz, tenho certeza que ir nos surpreender, colocando a fora da mulher norte mineira a servio de um mandato inovador e transformador. Competncia e capacidade de trabalho no lhe faltam. Os desafios so muitos, comear pela difcil convivncia com o clima semi rido, cada dia mais penoso. A vem os problemas da sade e educao, segurana pblica, gerao de trabalho e renda e meio ambiente, entre tantos outros. Com certeza ir desenvolver um grande trabalho. Boa sorte. |
Por Walter Abreu - 4/10/2014 00:20:00 |
AS LIES DOS ANOS DE SECA. Dar a mo palmatria significa reconhecer o erro e se penitenciar. Quero dizer que ito a minha ignorncia ecolgica quando no dava ateno s advertncias dos ambientalistas. Especialmente quando alertavam para as ameaas, que surgiam ao longe, ao abastecimento de gua para os diversos usos. Os ltimos trs anos, secos como h muito no se via, mostram-nos que o alerta daqueles que chamvamos de ecochatos, absolutamente procedente. Eles nos diziam que deveramos nos preocupar com os nossos netos, que o ser humano teria que mudar os hbitos de vida, que o padro de consumo das pessoas afetaria a sustentabilidade do planeta e outras afirmaes que soavam demasiadamente alarmistas e sem nenhum sentido prtico. Para muitos de ns no ava de uma chatice de jovens recm sados das universidades, dos cursos de biologia principalmente, quando ainda no existiam os cursos de engenharia ambiental. Ou daqueles que, por puro modismo, se auto nomeavam ambientalistas. Pois . Trs dcadas atrs, eu solteiro e sem filhos, me preocupar com os meus netos? No era muito sensato perder tempo com um futuro to distante, pensava eu. Preocupar? Como a prpria palavra diz: PR-OCUPAR, se ocupar previamente, com algo que pode nem acontecer. Que engano. O desenvolvimento econmico sem sustentabilidade est levando o mundo a uma situao muito complexa. Estamos vivendo um momento marcante, no qual somos intimados a comear a grande virada ambiental. A falada mudana de hbitos, no ado considerada neurose de pessoas sem o que fazer, hoje uma necessidade urgente, urgentssima. Padres de consumo estabelecidos pelo mundo capitalista e pelas diversas mdias, colocaram na cabea das pessoas que felicidade sinnimo de posses materiais. Se realizar como pessoa ter o carro mais bonito e possante que o do seu vizinho, vestir a marca tal e ser cliente da loja mais badalada? Estes conceitos nos levaram a um momento complicado. Quem poderia imaginar o Rio So Francisco secando? Gente a situao muito grave. gravssima. Os mais otimistas podem at afirmar que se trata de evento cclico, que j aconteceu no ado. Mas hoje a situao outra. Meu av materno, o grande Francisco Guimares Moreira, conhecido como Chico Moreira, primo de Guimares Rosa, narrava aos netos que em 1928, se no me falha a memria, atravessara o rio da Velhas, montado na mula Falua, com gua que no chegava a molhar a capa da sela. S que, quela poca, a natureza no estava ferida de morte e tinha a sua capacidade de recuperao. E hoje? Hoje cabe a ns a grande mobilizao para a recuperao ambiental, usando tudo que construmos explorando a natureza, devolvendo a ela aquilo que lhe pertence. O desenvolvimento tecnolgico, o poder econmico e todo o conhecimento humano devem ser disponibilizados, numa grande cruzada ecolgica para nos salvar, salvando o planeta. Proponho que Montes Claros chame a ateno e seja exemplo para o pas, promovendo uma grande recuperao das sub bacias que compe o sistema do Rio So Francisco. Se assim o fizermos e o nosso resultado inspirar outros municpios a fazer o mesmo, poderemos, talvez em trs dcadas, recuperar o Velho Chico, salvando-nos de uma catstrofe. Quando o assunto gua, posso dizer que o problema aproximou de ns muito rapidamente. Fao uma cronologia, lembrando que em 1980 no me preocupava com os netos, que em 1.990 ei a me preocupar com filhos, que em 2.000 ei a me preocupar comigo e que agora j me preocupa a minha me, que j ou dos 80 anos e poder vivenciar a falta dgua. a natureza nos cobrando a conta. E vamos ter que pagar. |