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montesclaros.diariomineiro.net - Ano 26 - sexta-feira, 23 de maio de 2025

3h5z54


Avay Miranda [emailprotected]
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Por Avay Miranda - 22/10/2018 10:07:31
Aniversrio do Orbis

Avay Miranda

O dia 26 de setembro de 1957 ficou na histria, porque, em Fortaleza-Ce, apareceu uma dessas ideias que pegam e permanecem na vida comunitria para sempre. Naquele dia o Rotariano, Jurista e Catedrtico de Direito Comercial da Universidade Federal do Cear, Fran Martins, contando com a participao dos jovens Artur Pedreira e Paulo Elpdio de Menezes Neto, fundou o Orbis Clube de Fortaleza, destinado a congregar jovens do sexo masculino.
Juntou-se a eles, Alexandre Tavares, atraindo outros companheiros, como Clio Morais, Rgis Juc, Pedro Henrique Saraiva Leo, Jorge Coelho e muitos outros. O 2 Orbis Clube foi o de Belm, fundado pelos trs companheiros de Fortaleza, Alexandre, Artur e Paulo Elpdio, que contaram com a participao de Geraldo e Mrcio Guimares, Luiz Pingarilho, Vancrilio Gonalves e Artur Melo. Vancrilio mudou-se para So Luiz e l juntou com os jovens Paulo Abreu e Haroldo Rego para fundar o 3 Orbis Clube. O 4 clube foi o de Manaus, sob a liderana de Nelson Sapha Kizem, o 5, em 1959, o de Recife, o de Montes Claros foi fundado em 1 de maio de 1960 e em 1961, foi fundado o Orbis Clube do Rio de Janeiro, contando com a participao de Joaquim Corra de Oliveira, Paulo Srgio, Eduardo Mayr e Mrcio Lenz Csar.
Se naquela poca o Orbis foi fundado para ser apenas uma escolinha de Rotary Clube, com o ar dos anos, no entanto, a ideia pegou e vrios clubes foram criados por diversas Unidades da Federao, chegando-se a ter mais de 80 clubes, espalhados por diversas regies do pas, tomando o movimento vida prpria, com a criao de um rgo nacional, denominado inicialmente Orbis Internacional e depois Orbis do Brasil, que coordena as atividades dos diversos clubes.
Com efeito, constava no artigo 1 do estatuto que o ORBIS CLUBE uma sociedade civil destinada a congregar pessoas do sexo masculino ..., o que impedia que mulheres fizessem parte integral do clube.
Para a poca da fundao, a indicao estava correta porque o clube se destinava a jovens de 18 a 26 anos de idade. Depois foi retirada do estatuto a limitao de idade e os jovens se casaram, constituram famlias, ficando suas esposas impedidas de participar das atividades do clube. A soluo foi criar o Departamento Feminino de Orbis Clube, o DEFOC, que era uma dependncia do clube para congregar as mulheres, especialmente as esposas dos orbianos.
Na fundao, foi adotado o lema Dar de si antes de pensar em si. Numa Reunio Plenria, que o encontro anual dos clubes, onde os Orbianos e as Orbianas se renem para cultivar o salutar companheirismo e praticar a troca de experincias e ideias, o lema foi modificado para Companheirismo no Mundo da Juventude e depois, adotou-se um lema mais adequado de Companheirismo e Trabalho.
Aps diversas tentativas, especialmente do Orbis Clube de Braslia, para a modificao do artigo 1 do estatuto, sem sucesso, finalmente, na Assembleia Geral Extraordinria, realizada em Barretos nos dias 6 e 7 de dezembro de 2003, os Clubes ali representados, sob a segura liderana do companheiro Calil Eduardo Said Calil, Presidente de Orbis do Brasil, proporcionaram um grande avano ao movimento orbiano. Foi aprovada uma nova redao do artigo 1 do estatuto, que ou a constar que o Orbis Clube uma Associao sem finalidade lucrativa, destinada a congregar pessoas ...
Desta forma, no h mais nenhuma restrio da participao da mulher nas atividades do Orbis, podendo ela ocupar qualquer cargo da direo do clube e mesmo a presidncia de Orbis do Brasil, cujo cargo foi ocupado pela companheira Ana Gioconda, do Orbis Clube de Gramado.
Assim, com a perfeita integrao da mulher s atividades do Orbis Clube, ficam muito mais fceis a reativao dos clubes antigos e a criao de novos clubes, esse Clube de Servio genuinamente brasileiro.
Com apenas dois anos e sete meses depois da fundao do 1 Orbis, em Fortaleza-CE, tive a honra de integrar uma pliade de jovens da cidade mineira de Montes Claros, liderada pelo Rotariano Hildebrando Mendes e ali fundamos o Orbis Clube de Montes Claros, no dia 1 de maio de 1960, sendo um dos primeiros no Brasil.
Aquele clube era formado por jovens idealistas e vendo que Montes Claros, naquela poca, estava ando por uma fase difcil na poltica, resolveu lanar uma campanha de esclarecimento poltico, com o fim de orientar o eleitor para escolher um bom prefeito, visando solucionar os problemas do Municpio, que produziu frutos, visto que o prefeito eleito, logo em seguida campanha, era Rotariano e adotou as ideias esposadas pelo Orbis Clube, que incentivou o progresso da cidade, ao lado de outras memorveis campanhas, como a de limpeza da cidade, a de apoio ao Orfanato, alm de tantas outras, inclusive, uma de mbito nacional que foi o combate ao inseto Barbeiro, transmissor da doena de chagas.
Por diversos motivos, especialmente as crises que se abateram sobre o nosso pas, levando-se em considerao o momento poltico que o pas atravessou nas dcadas de 1960 e 1970, o nmero de clubes diminuiu sensivelmente, mas, houve a fundao de alguns Clubes, que esto sobrevivendo com dificuldade.
No dia 26 de setembro de 2018, o Orbis completou 61 anos de existncia. uma idade respeitvel e mostra que foi uma boa iniciativa, porque se no o fosse, no perduraria por tanto tempo.
Louvo a Deus por estar vivo e continuar integrante do quadro do Orbis Clube. Ingressei em maio de 1960, em Montes Claros. Vindo para Braslia, aqui integro os quadros do Orbis Clube de Braslia, que, atualmente a por dificuldades de sobrevivncia. Dei a minha contribuio e experincia para o avano do movimento, com a criao de novos clubes e atualizao do Estatuto e o Regimento Interno de Orbis do Brasil, alm de escrever muitas crnicas e redigir o Boletim Informao do OC/Braslia.
Seria bom que o Conselho Diretor de Orbis do Brasil reunisse fatos, documentos, fotografias histricas, atas, estatutos, especialmente a biografia e os pertences dos fundadores do Orbis e dos primeiros integrantes dos clubes pioneiros, na diretoria cultural, instalada no Orbis Clube de Guara-SP, para que as geraes futuras tomem conhecimento do esforo e do patriotismo desses abnegados companheiros, que sustentaram o movimento orbiano nestes sessenta anos, cuja existncia est apenas comeando, porque ele veio para ficar.


*Avay Miranda fundador do Orbis Clube de Montes Claros, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia.


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Por Avay Miranda - 30/8/2018 11:01:01
Distrito de Taiobeiras - Por Avay Miranda -Taiobeiras pertenceu ao Municpio de Rio Pardo, cujo Distrito foi criado pela Lei Estadual n 556, de 30.08.1911, com o nome de Bom Jardim das Taiobeiras. O limite do Municpio de Rio Pardo e Salinas ava na linha onde foi erguida a Igreja Nossa Senhora de Ftima, na Avenida do Contorno e do Cruzeiro, observando-se o divisor de guas entre o Rio Pardo e o Rio Salinas. A populao ou a pleitear a incorporao de Taiobeiras ao Municpio de Salinas porque no recebia nenhum benefcio da Prefeitura de Rio Pardo, pois se considerava discriminado pelos es do Municpio sede. Pela Lei Estadual n 843, de 07.09.1923, o Distrito de Bom Jardim das Taiobeiras ou a pertencer ao Municpio de Salinas, com o nome de Taiobeiras. Ao ar para o Municpio de Salinas, o limite entre os dois Municpios se recuou para onde atualmente a divisa de Taiobeiras com Rio Pardo de Minas e de Indaiabira. A populao local, juntamente com a istrao de Salinas receberam o novo Distrito com muita festa nos dias 6 e 7 de maio de 1924. Foi formada uma comisso, composta por Jos Guimares, Jos Leondio e Joo Macrio para elaborar e executar o programa de reinstalao do Distrito. Vale salientar que todos os atos foram abrilhantados pela Banda de Msica "Filarmnica Santa Ceclia", de Salinas, sob a regncia do Maestro Eleutrio Barbosa. No dia 6 de maio de 1924, uma comisso composta por 15 cavaleiros s 15 horas se deslocou 6 quilmetros do Distrito, pela estrada para receber as autoridades de Salinas que iam participar das festividades, composta pelo Excelentssimos Senhores: Coronel Juventino Nunes, prestigioso chefe poltico de Salinas, Coronel Idalino Ribeiro, dignssimo Presidente da Cmara Municipal, Reverendssimo Padre Salustiano Fernandes dos Anjos, mui digno Vigrio desta Freguesia, Major Arquimedes Moreira de Almeida, dignssimo Vereador especial pelo novo Distrito e os demais ilustres membros da comitiva. As autoridades foram recebidas ao som da msica da Banda e ao espocar de foguetes, ficando hospedadas em casa do Vereador Major Arquimedes Moreira de Almeida. No dia seguinte, as festividades continuaram com a celebrao de missa s 9 horas, pelo Padre Salustiano Fernandes dos Anjos, s 14 horas com a Instalao do Prdio Escolar e do novo Distrito, com manifestao do Vereador Major Arquimedes Moreira de Almeida e do jovem Sebastio dAngelis, terminando esta solenidade com a desfraldao da Bandeira Nacional, com o Hino Bandeira, cantado pelos alunos da Escola Pblica. Depois dessa solenidade, houve uma eata cvica, que terminou em casa do Vereador Major Arquimedes Moreira de Almeida, com um animado baile noite.


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Por Avay Miranda - 30/8/2018 11:00:13
Emancipao Poltica de Taiobeiras - Por Avay Miranda - desejo de transferir o Distrito de Taiobeiras de Rio Pardo para Salinas, visando o seu desenvolvimento, foi frustrado, pois, Salinas no contribuiu para o desenvolvimento de Taiobeiras. Com o esforo da prpria populao, Taiobeiras comeou a crescer, aumentando a construo de casas, a instalao de casas comerciais, organizando uma feira aos sbados e aumentando o nmero de habitantes, consequentemente aumentando as ruas. Algum melhoramento era feito pela prpria populao, como o telgrafo, construo da estrada para Pedra Azul, na poca denominada de Fortaleza, construo do rgo para levar gua do Bom Jardim para o Distrito, instalao da usina de gerao de energia eltrica e outros. Mesmo em fase de crescimento, o Distrito no tinha o necessrio apoio de Salinas. Ento sua popu lao viu que, somente com a sua transformao em Municpio poderia crescer e se desenvolver, ou a reivindicar a sua emancipao poltica. Com muito esforo e perseverana o processo foi formado, por algumas vezes, chegava ao ponto de aprovao, mas, na hora exata, a poltica de Salinas, liderada pelo Sr. Idalino Ribeiro, interferia em desfavor de Taiobeiras e ela era excluda do processo. Em 1943, depois de muito trabalho da comisso, criada no Distrito, com a juntada de documentos, abaixo assinados, fotografias, declaraes e depoimentos, a emancipao de Taiobeiras, inclusive, com aprovao das Comisses Tcnicas do Governo, j estava pronto para alcanar o almejado. A oposio realizou uma grande manifestao de jbilo, em Taiobeiras. No entanto, como fazia parte do territrio do Distrito uma faixa de terra da fazenda Matrona e Idalino Ribeiro, tendo tomado conhecimento da festa realizada pela oposio em Taiobeiras, este fato ocasionar uma grande reao da poltica de Salinas. Era Governador do Estado, o Sr. Benedito Valadares. O chefe poltico de Salinas, Sr. Idalino Ribeiro, que estava em Belo Horizonte, recebeu informaes sobre as comemoraes em Taiobeiras e, na sada de volta a Salinas, remeteu o seguinte pedido ao Governador, no dia 16 de novembro de 1943: "Senhor Governador, Sade, Regressando ao Norte do Estado, peo ao prezado amigo e chefe, no consentir que o Distrito de Taiobeiras, sem renda, sem gente, sem territrio bom e sem nenhum melhoramento, seja elevado a Municpio. Principalmente, querendo tomar a melhor faixa de terra no que existe no Municpio de nossa Salinas, no nosso Distrito da Cidade, o melhor que temos. Abrao, agradecimentos do velho amigo irador, Idalino Capital, 16-11-43." O Governador recebeu e despachou no dia 19 de novembro de 1943, dando urgncia ao assunto ali pedido. Ocorreu que o processo foi excludo do projeto e no saiu no teor do Decreto-Lei n 1.058, de 31.12.1943, de reforma istrativa de Minas Gerais para grande surpresa para a populao. As lideranas de Taiobeiras, que lutavam pela emancipao e, consequentemente, faziam oposio Poltica de Idalino Ribeiro, eram compostas, entre outros, por Martinho Mendes, Trajano Americano Mendes, Joo, Tefilo e Maciel Rgo, Antonino Almeida, entre outros. A faco que apoiava a poltica de Salinas era chefiada pelo Sr. Arquimedes Moreira de Almeida e composta ainda pelas famlias Cardoso, Martins, Moreira, Costa e outras. O tempo foi ando e os taiobeirenses foram se conscientizando da necessidade de lutar pela emancipao do Distrito, ao tempo em que novas lideranas foram se formando. Em 1945 Ageu e Sidney Almeida resolveram construir uma pista de pouso em Taiobeiras e convidaram o Sr. Isalino Miranda Costa para istrar o servio. Ele contratou muitos trabalhadores braais e executou o servio no tempo previsto. Logo depois, conseguiu-se uma verba do Ministrio da Aeronutica para ampliar o campo de pouso e cerc-lo e, novamente, foi Isalino Miranda Costa que istrou o servio. Executado o servio e inaugurado o campo, o chefe poltico do Distrito, Arquimedes Moreira de Almeida, procurou o Sr. Isalino Miranda Costa e disse para ele: "Olhe Isalino, eu quero que voc seja o meu substituto. J estou velho e no aguento mais. Voc fica conosco, que ter apoio total e na primeira eleio voc vai ser segundo suplente de Juiz de Paz pelo PSD". Sem pensar, Isalino Miranda Costa respondeu para ele. "Aceito com uma condio, que na primeira reviso do Estado, seja feita a emancipao poltica de Taiobeiras". Ele respondeu: "Por Nossa Senhora, com voc no h obstculo" Na eleio de outubro de 1945, Isalino Miranda Costa foi eleito segundo suplente de Juiz de Paz do Distrito, nascendo ali uma nova liderana poltica. Embora sendo segundo suplente, ele exerceu o cargo de Juiz de Paz por todo o tempo. Entrou em contato com os polticos de Salinas e conseguiu estabelecer uma relao de mtua confiana, que perdurou por vrios anos. O processo de emancipao poltica de Taiobeiras foi formado novamente, isto j em 1953 e naquela oportunidade, no houve obstculo para a Lei ser aprovada. Governava o Estado o Sr. Juscelino Kubitschek de Oliveira. Pretendeu-se mudar o nome de Taiobeiras para "Dom Joo Pimenta", em homenagem ao primeiro Bispo da Diocese de Montes Claros, cuja jurisdio vai at Taiobeiras. No entanto, a ideia no foi aceita, porque o futuro Municpio, embora fizesse parte da Diocese de Montes Claros, no tinha nenhuma ligao mais estreita com o seu Bispo, que justificasse a homenagem. O Governador do Estado achou Taiobeiras um nome muito original e a seu pedido ficou ele mesmo consignado. A Lei Estadual n 1.039, de 12 de dezembro de 1953 aprovou a transformao do Distrito de Taiobeiras em Municpio, desmembrando-o de Salinas, tendo sua instalao se verificado no dia 1 de janeiro de 1954. A instalao do Municpio foi comemorada com muitas festas, fogos de artifcio, bailes, comida, bebida alcolica, porque todos os taiobeirenses queriam demonstrar a sua alegria e contentamento por terem alcanado a to esperada e almejada emancipao poltica do Distrito, desligando-se de Salinas. Quando o primeiro Intendente, Sr. Ldio Ituassu, chegou nova cidade, foi recebido por uma comisso de autoridades na entrada da cidade e pelo povo, na porta da casa de residncia do Sr. Francisco Vieira dos Santos, ento o vereador mais votado do Municpio de Salinas, representando o Distrito de Taiobeiras, quando Eusa Rgo fez um discurso, representando a mulher Taiobeirense e Osmar Cunha deu as boas-vindas ao primeiro do Novo Municpio. bom salientar que mesmo depois de emancipado politicamente, Taiobeiras no contava com o apoio da poltica de Salinas para o seu desenvolvimento, pelo contrrio, havia um boicote claro s suas pretenses de desenvolvimento. Em ado recente temos dois exemplos para demonstrar que Salinas infelizmente procurava impedir que Taiobeiras recebesse benefcios governamentais. Podemos citar dois fatos marcantes. Mesmo sendo uma estrada federal, o Governo de Minas firmou um acordo com o Governo Federal e ou a istrar o asfaltamento da BR-251 at Francisco S. O traado natural da estrada que liga Montes Claros a Rio Bahia a por Taiobeiras, contudo, ao asfaltar a BR-251, no Governo do Senhor Newton Cardoso, a Poltica de Salinas desviou o trajeto para ar por aquela cidade. Quando o Autor era Assessor Jurdico da Presidncia da Repblica, em 1993, conseguiu com o Governo de Minas a implantao de um Distrito Industrial em Taiobeiras, contudo, um Deputado de Salinas, que era votado em Taiobeiras, tomou conhecimento do fato e desviou o DI para aquela cidade.


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Por Avay Miranda - 29/8/2018 09:20:49
Emancipao Poltica de Taiobeiras - Por Avay Miranda - desejo de transferir o Distrito de Taiobeiras de Rio Pardo para Salinas, visando o seu desenvolvimento, foi frustrado, pois, Salinas no contribuiu para o desenvolvimento de Taiobeiras. Com o esforo da prpria populao, Taiobeiras comeou a crescer, aumentando a construo de casas, a instalao de casas comerciais, organizando uma feira aos sbados e aumentando o nmero de habitantes, consequentemente aumentando as ruas. Algum melhoramento era feito pela prpria populao, como o telgrafo, construo da estrada para Pedra Azul, na poca denominada de Fortaleza, construo do rgo para levar gua do Bom Jardim para o Distrito, instalao da usina de gerao de energia eltrica e outros. Mesmo em fase de crescimento, o Distrito no tinha o necessrio apoio de Salinas. Ento sua populao viu que, somente com a sua transformao em Municpio poderia crescer e se desenvolver, ou a reivindicar a sua emancipao poltica.
Com muito esforo e perseverana o processo foi formado, por algumas vezes, chegava ao ponto de aprovao, mas, na hora exata, a poltica de Salinas, liderada pelo Sr. Idalino Ribeiro, interferia em desfavor de Taiobeiras e ela era excluda do processo.
Em 1943, depois de muito trabalho da comisso, criada no Distrito, com a juntada de documentos, abaixo assinados, fotografias, declaraes e depoimentos, a emancipao de Taiobeiras, inclusive, com aprovao das Comisses Tcnicas do Governo, j estava pronto para alcanar o almejado.
A oposio realizou uma grande manifestao de jbilo, em Taiobeiras. No entanto, como fazia parte do territrio do Distrito uma faixa de terra da fazenda Matrona e Idalino Ribeiro, tendo tomado conhecimento da festa realizada pela oposio em Taiobeiras, este fato ocasionar uma grande reao da poltica de Salinas. Era Governador do Estado, o Sr. Benedito Valadares. O chefe poltico de Salinas, Sr. Idalino Ribeiro, que estava em Belo Horizonte, recebeu informaes sobre as comemoraes em Taiobeiras e, na sada de volta a Salinas, remeteu o seguinte pedido ao Governador, no dia 16 de novembro de 1943:
Senhor Governador,
Sade,
Regressando ao Norte do Estado, peo ao prezado amigo e chefe, no consentir que o Distrito de Taiobeiras, sem renda, sem gente, sem territrio bom e sem nenhum melhoramento, seja elevado a Municpio.
Principalmente, querendo tomar a melhor faixa de terra no que existe no Municpio de nossa Salinas, no nosso Distrito da Cidade, o melhor que temos.
Abrao, agradecimentos do velho amigo irador,
Idalino
Capital, 16-11-43.
O Governador recebeu e despachou no dia 19 de novembro de 1943, dando urgncia ao assunto ali pedido. Ocorreu que o processo foi excludo do projeto e no saiu no teor do Decreto-Lei n 1.058, de 31.12.1943, de reforma istrativa de Minas Gerais para grande surpresa para a populao. As lideranas de Taiobeiras, que lutavam pela emancipao e, consequentemente, faziam oposio Poltica de Idalino Ribeiro, eram compostas, entre outros, por Martinho Mendes, Trajano Americano Mendes, Joo, Tefilo e Maciel Rgo, Antonino Almeida, entre outros.
A faco que apoiava a poltica de Salinas era chefiada pelo Sr. Arquimedes Moreira de Almeida e composta ainda pelas famlias Cardoso, Martins, Moreira, Costa e outras.
O tempo foi ando e os taiobeirenses foram se conscientizando da necessidade de lutar pela emancipao do Distrito, ao tempo em que novas lideranas foram se formando.
Em 1945 Ageu e Sidney Almeida resolveram construir uma pista de pouso em Taiobeiras e convidaram o Sr. Isalino Miranda Costa para istrar o servio. Ele contratou muitos trabalhadores braais e executou o servio no tempo previsto. Logo depois, conseguiu-se uma verba do Ministrio da Aeronutica para ampliar o campo de pouso e cerc-lo e, novamente, foi Isalino Miranda Costa que istrou o servio.
Executado o servio e inaugurado o campo, o chefe poltico do Distrito, Arquimedes Moreira de Almeida, procurou o Sr. Isalino Miranda Costa e disse para ele: Olhe Isalino, eu quero que voc seja o meu substituto. J estou velho e no aguento mais. Voc fica conosco, que ter apoio total e na primeira eleio voc vai ser segundo suplente de Juiz de Paz pelo PSD. Sem pensar, Isalino Miranda Costa respondeu para ele. Aceito com uma condio, que na primeira reviso do Estado, seja feita a emancipao poltica de Taiobeiras. Ele respondeu: Por Nossa Senhora, com voc no h obstculo
Na eleio de outubro de 1945, Isalino Miranda Costa foi eleito segundo suplente de Juiz de Paz do Distrito, nascendo ali uma nova liderana poltica. Embora sendo segundo suplente, ele exerceu o cargo de Juiz de Paz por todo o tempo. Entrou em contato com os polticos de Salinas e conseguiu estabelecer uma relao de mtua confiana, que perdurou por vrios anos.
O processo de emancipao poltica de Taiobeiras foi formado novamente, isto j em 1953 e naquela oportunidade, no houve obstculo para a Lei ser aprovada. Governava o Estado o Sr. Juscelino Kubitschek de Oliveira. Pretendeu-se mudar o nome de Taiobeiras para Dom Joo Pimenta, em homenagem ao primeiro Bispo da Diocese de Montes Claros, cuja jurisdio vai at Taiobeiras. No entanto, a ideia no foi aceita, porque o futuro Municpio, embora fizesse parte da Diocese de Montes Claros, no tinha nenhuma ligao mais estreita com o seu Bispo, que justificasse a homenagem.
O Governador do Estado achou Taiobeiras um nome muito original e a seu pedido ficou ele mesmo consignado. A Lei Estadual n 1.039, de 12 de dezembro de 1953 aprovou a transformao do Distrito de Taiobeiras em Municpio, desmembrando-o de Salinas, tendo sua instalao se verificado no dia 1 de janeiro de 1954.
A instalao do Municpio foi comemorada com muitas festas, fogos de artifcio, bailes, comida, bebida alcolica, porque todos os taiobeirenses queriam demonstrar a sua alegria e contentamento por terem alcanado a to esperada e almejada emancipao poltica do Distrito, desligando-se de Salinas.
Quando o primeiro Intendente, Sr. Ldio Ituassu, chegou nova cidade, foi recebido por uma comisso de autoridades na entrada da cidade e pelo povo, na porta da casa de residncia do Sr. Francisco Vieira dos Santos, ento o vereador mais votado do Municpio de Salinas, representando o Distrito de Taiobeiras, quando Eusa Rgo fez um discurso, representando a mulher Taiobeirense e Osmar Cunha deu as boas-vindas ao primeiro do Novo Municpio.
bom salientar que mesmo depois de emancipado politicamente, Taiobeiras no contava com o apoio da poltica de Salinas para o seu desenvolvimento, pelo contrrio, havia um boicote claro s suas pretenses de desenvolvimento.
Em ado recente temos dois exemplos para demonstrar que Salinas infelizmente procurava impedir que Taiobeiras recebesse benefcios governamentais. Podemos citar dois fatos marcantes. Mesmo sendo uma estrada federal, o Governo de Minas firmou um acordo com o Governo Federal e ou a istrar o asfaltamento da BR-251 at Francisco S. O traado natural da estrada que liga Montes Claros a Rio Bahia a por Taiobeiras, contudo, ao asfaltar a BR-251, no Governo do Senhor Newton Cardoso, a Poltica de Salinas desviou o trajeto para ar por aquela cidade.
Quando o Autor era Assessor Jurdico da Presidncia da Repblica, em 1993, conseguiu com o Governo de Minas a implantao de um Distrito Industrial em Taiobeiras, contudo, um Deputado de Salinas, que era votado em Taiobeiras, tomou conhecimento do fato e desviou o DI para aquela cidade.


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Por Avay Miranda - 29/8/2018 09:18:58
Distrito de Taiobeiras - Por Avay Miranda -Taiobeiras pertenceu ao Municpio de Rio Pardo, cujo Distrito foi criado pela Lei Estadual n 556, de 30.08.1911, com o nome de Bom Jardim das Taiobeiras. O limite do Municpio de Rio Pardo e Salinas ava na linha onde foi erguida a Igreja Nossa Senhora de Ftima, na Avenida do Contorno e do Cruzeiro, observando-se o divisor de guas entre o Rio Pardo e o Rio Salinas.
A populao ou a pleitear a incorporao de Taiobeiras ao Municpio de Salinas porque no recebia nenhum benefcio da Prefeitura de Rio Pardo, pois se considerava discriminado pelos es do Municpio sede.
Pela Lei Estadual n 843, de 07.09.1923, o Distrito de Bom Jardim das Taiobeiras ou a pertencer ao Municpio de Salinas, com o nome de Taiobeiras. Ao ar para o Municpio de Salinas, o limite entre os dois Municpios se recuou para onde atualmente a divisa de Taiobeiras com Rio Pardo de Minas e de Indaiabira.
A populao local, juntamente com a istrao de Salinas receberam o novo Distrito com muita festa nos dias 6 e 7 de maio de 1924. Foi formada uma comisso, composta por Jos Guimares, Jos Leondio e Joo Macrio para elaborar e executar o programa de reinstalao do Distrito. Vale salientar que todos os atos foram abrilhantados pela Banda de Msica Filarmnica Santa Ceclia, de Salinas, sob a regncia do Maestro Eleutrio Barbosa.
No dia 6 de maio de 1924, uma comisso composta por 15 cavaleiros s 15 horas se deslocou 6 quilmetros do Distrito, pela estrada para receber as autoridades de Salinas que iam participar das festividades, composta pelo Excelentssimos Senhores: Coronel Juventino Nunes, prestigioso chefe poltico de Salinas, Coronel Idalino Ribeiro, dignssimo Presidente da Cmara Municipal, Reverendssimo Padre Salustiano Fernandes dos Anjos, mui digno Vigrio desta Freguesia, Major Arquimedes Moreira de Almeida, dignssimo Vereador especial pelo novo Distrito e os demais ilustres membros da comitiva.
As autoridades foram recebidas ao som da msica da Banda e ao espocar de foguetes, ficando hospedadas em casa do Vereador Major Arquimedes Moreira de Almeida.
No dia seguinte, as festividades continuaram com a celebrao de missa s 9 horas, pelo Padre Salustiano Fernandes dos Anjos, s 14 horas com a Instalao do Prdio Escolar e do novo Distrito, com manifestao do Vereador Major Arquimedes Moreira de Almeida e do jovem Sebastio dAngelis, terminando esta solenidade com a desfraldao da Bandeira Nacional, com o Hino Bandeira, cantado pelos alunos da Escola Pblica. Depois dessa solenidade, houve uma eata cvica, que terminou em casa do Vereador Major Arquimedes Moreira de Almeida, com um animado baile noite.




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Por Avay Miranda - 13/7/2017 10:47:30
Os dias da semana

Avay Miranda

Desde criana que eu tinha a curiosidade sobre os nomes dos dias da semana. Por que de segundo a sexta tinha a feira no nome e no sbado e no domingo no havia o nome feira? Ainda mais que na minha pequena cidade do interior de Minas, a feira era no sbado e no de segunda a sexta. Somente mais tarde que vim a saber que a denominao dos dias da semana que usamos no Brasil, foi uma deciso da Igreja Catlica. Segundo a tradio catlica, na semana santa, que ocupava todos os dias da semana, usavam o termo feria, em latim, da vem o nome feriado, dia de descanso, porque naquela poca no se trabalhava nos dias da semana santa, pois, eram considerados dias santos. No ano 563 foi realizado um Concilio na cidade portuguesa de Braga. Na poca, o bispo Martinho de Dume, mais conhecido por Martinho de Braga, decidiu que deveria mudar os nomes dos dias da semana santa, aqueles que antecedem o domingo de Pscoa, em que os cristos deveriam descansar, que eram usados, at ento, em homenagem aos astros, considerados pagos. Com o decorrer do tempo, Portugal ou a adotar para o ano inteiro estes nomes dos dias da semana santa. Estas denominaes somente foram adotadas pelos portugueses e por isto que os dias da semana tm estes nomes, que eram s para a semana santa, costume este que foi ado para todas a Colnias Portuguesas. Outros pases adotam ainda nome de deuses ou de astros, exceto os dias de sbado e domingo, que no mudaram de nome. Desde o ano 321, quando o Imperador Romano, Constantino, instituiu o calendrio ocidental, que se adotou a semana com sete dias, incluindo nossos cinco dias que so denominados de feira. Sbado derivou do termo hebreu shabbat, o dia do descanso dos judeus e domingo, denominado Prima Feria, na Semana Santa, que deriva do latim Dies Dominicus, o Dia do Senhor. Portanto, desde o ano de 321 que os calendrios ocidentais comeama semana pelo domingo, que ou a ser o primeiro dia da semana para os Cristos, o dia de guarda porque foi num domingo que ocorreu a ressurreio de Cristo e era o dia em que Ele, depois da ressurreio, aparecia aos apstolos. Por conseguinte, da se v como era considerada a semana santa para os catlicos e interessante saber a origem dos nomes que ns atribumos aos dias da semana, o que no adotado nos outros pases.

* Avay Miranda jornalista e Juiz de Direito aposentado em Braslia DF


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Por Avay Miranda - 9/3/2017 08:26:08
A Vergonha

Avay Miranda*

O que Vergonha, ter vergonha na cara, fazer outra pessoa ar vergonha? Um Dicionrio diz que Vergonha pudor, pejo, receio de desonra, timidez e acanhamento. Outro informa que vergonha vem do latim (verecundia), uma condio psicolgica e uma forma de controle religioso, poltico, judicial e social, consistindo de ideias, estados emocionais, estados psicolgicos e um conjunto de comportamentos, induzidos pelo conhecimento ou conscincia de desonra, desgraa ou condenao.
Para ns a vergonha um sentimento que nos aparece quando amos por uma situao vexatria, quando praticamos um ato de falta de pudor, ou quando a pessoa tmida e tem acanhamento de aparecer em pblico, ou mesmo de andar na rua.
Neste sentido, concordamos com o que diz o primeiro Dicionrio. Porm, o que diz o segundo, tambm est de acordo, pois o sentimento de vergonha depende da condio psicolgica e do controle religioso, poltico, judicial e social. Depende da sociedade e da cultura, onde a pessoa vive.
Na questo social, basta apontar um item, a vestimenta, para se v que, ao longo do tempo o que causava vergonha, atingia o pudor e era considerado desonra, deixa de ter esta conotao. O homem tinha o pudor de andar bem vestido, no usava bermuda, que se chamava cala curta, no tirava a camisa em pblico. No entanto, os indgenas viviam nus.
Enquanto a mulher tinha o pudor de no mostrar partes de seu corpo, andava de vestidos compridos, com mangas longas. No mximo, na praia, a mulher usava um mai que s mostrava parte das pernas e os braos, cobrindo, contudo, o resto do corpo. Para se ir a uma Igreja, a pessoa tinha uma roupa sbria, as mulheres sem decotes, com vus na cabea e os homens com roupas descentes, totalmente diferente do que se v atualmente.
Ento, as pessoas perderam a vergonha? No. No isto. O que houve foi a evoluo sociocultural. A liberdade individual tem aumentado ao longo do tempo, o que era vergonhoso, hoje deixou de ser, a mulher ou a reivindicar seus direitos, especialmente o de igualdade com os homens, chegando a se expor mais do que seus parceiros.
Existe tambm o que se entende como questo cultural, o que era vergonhoso anteriormente, hoje no mais. H um noticiarista de televiso que narra uma notcia mais audaciosa e no final ele diz isto uma vergonha!". Mas, os atos vergonhosos, quer na tica, como no pudor ou na honra, esto to disseminados na sociedade que ns estamos acostumando e achamos normais.
Fala-se muito em vergonha na cara. Entende-se que a vergonha na cara que reprime a vontade de violao das leis e dos costumes e freia o desejo de praticar atos contra a sociedade, especialmente a vontade de participar da corrupo. O maior xingamento que se poderia fazer a um ser humano, era chama-lo de sem vergonha.
O filsofo grego, Aristteles, dizia que a vergonha e o rubor so indcios inequvocos da presena do sentimento tico.


* Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado em Braslia, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 11/10/2016 08:35:50
DIMINUI A POPULAO JOVEM II

Por Avay Miranda

O assunto do ttulo foi motivo de meu artigo anterior e recebi inmeras manifestaes de leitores, demonstrando que eu estava falando a sua lngua, porque comungavam com a ideia expressada, ento resolvi continuar com o mesmo tema.
certo que a Lei n 8.069, de 13.07.1990, que instituiu Estatuto da Criana e do Adolescente - ECA, aparentemente muito boa, por falar em proteo, educao, ressocializao e outras palavras bonitas, mas, que na realidade, mesmo estando em vigor desde 1990, referida lei no foi totalmente cumprida pelo Estado.
O artigo 112 da aludida Lei tem a seguinte redao: Art. 112. Verificada a prtica de ato infracional, a autoridade competente poder aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertncia; II - obrigao de reparar o dano; III - prestao de servios comunidade; IV - liberdade assistida; V - insero em regime de semiliberdade; VI - internao em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Os incisos I a VI do artigo 101 dizem o seguinte: I - encaminhamento aos pais ou responsvel, mediante termo de responsabilidade; II - orientao, apoio e acompanhamento temporrios; III - matrcula e frequncia obrigatrias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV - incluso em servios e programas oficiais ou comunitrios de proteo, apoio e promoo da famlia, da criana e do adolescente;
Creio que o legislador, ao elaborar a lei, pensou em crianas e adolescentes bem-criados, com boa educao, com pais bem estabilizados e que no seriam recrutados pela bandidagem para o trfico de drogas e a prtica de crimes graves.
Ao contrrio, as autoridades deveriam voltar seu olhar para as camadas mais desprotegidas, como aquelas crianas, filhas de pais desajustados, mes solteiras, negras, pobres, constituindo, assim, a classe mais vulnervel.
A sociedade reconhece muitos direitos aos adolescentes, mas, bom lembrar que a cada direito corresponde a um dever. Se o adolescente, com a idade de 16 a 18 anos, tem o direito de votar, escolher os dirigentes do seu Municpio, de seu Estado e do Brasil, claro que deveria ter o dever de cumprir as penas cabveis, atribudas s infraes criminais.
No se deseja que o adolescente seja colocado numa penitenciria, juntamente com bandidos de alta periculosidade, mas, o Estado deveria construir presdios especiais, com a estrutura prpria para ressocializao do menor infrator, pois, a pena no castigo.
Ela deve servir para recuperar o criminoso e reintegr-lo na sociedade. por isto que entendo que em cada presidio deve-se oferecer oportunidade para todos os presos se dedicarem ao aprendizado de uma profisso, ou aperfeioar a que ele j tiver. Os presdios esto abarrotados de presos, muito alm da capacidade. S que esto mal istrados. Os presidirios no tm ocupao. A ociosidade a me de todos os males.
Esta falta de segurana que temos atualmente, com a ausncia de uma poltica de preveno da criminalidade, est levando o Pas a perder mais gente por morte violenta do que as guerras civis que existem atualmente em vrios pases.
Um levantamento feito pelo Frum Brasileiro de Segurana Pblica constatou que, em 2014 houve uma mdia de 160 mortes violentas, diariamente, por homicdio doloso, leses corporais seguida de morte e latrocnio, totalizando 58.559 mortes naquele ano, havendo uma grande porcentagem de crianas e adolescentes.
assustador quando se v, que 689.627 crianas e adolescentes foram assassinados entre 1980 e 2013, contribuindo para a diminuio da populao jovem no Brasil, valendo lembrar que criana at os 11 anos e adolescentes de 12 a 18 anos de idade. Portanto essa quantidade de mortes por assassinatos ocorreu com pessoas at os 18 anos.

* Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 27/7/2016 08:49:59
Diminui a populao jovem

Venho me preocupando com o futuro de nosso Pas, h muito tempo, por causa da mortandade de adolescentes e jovens. Previa isto desde o ano de 1990, quando a Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990, o denominado Estatuto da Criana e do Adolescente - ECA, entrou em vigor.
Ora, qualquer pessoa de bom senso poderia prever que, dentro de 20 a 30 anos, a contar daquela poca, os adolescentes e jovens estariam em perigo por causa da impunidade implantada no sistema jurdico brasileiro.
Duas razes principais contribuiriam para isto: a proibio de trabalho para o menor e a imunidade criminal at os 18 anos de idade.
Com muito orgulho digo que comecei a trabalhar aos 6 anos de idade. Morava na zona rural com meus pais e irmos e desde cedo eles me encaminharam e a meus irmos para o trabalho, evidentemente que desenvolvamos as tarefas da zona rural prprias para crianas.
difcil de aceitar que, somente depois dos 18 anos, que o jovem vai comear o aprendizado para o trabalho, qualquer que seja a funo. Nesta idade, o jovem, masculino ou feminino est no tempo ter uma vida social intensa, com baladas, festas, encontros, namoros e outras diverses, que, por fim, desviam a ateno do jovem do trabalho.
Quanto imunidade penal, era previsvel que os criminosos iriam aproveitar que o jovem no pode ser punido com priso para leva-lo para a bandidagem e encaminh-lo ao cometimento de infraes penais, muitas vezes cometendo crimes hediondos e induzindo o jovem a assumir a autoria, por no ter responsabilidade penal.
Comparando com outros pases, que adotam a penalizao de adolescentes e jovens, parece que o jovem brasileiro inferior aos dos demais pases, pois, segundo os legisladores que elaboraram o ECA, o jovem brasileiro somente ter discernimento aps os 18 anos de idade.
A situao chegou a tal ponto que, atualmente, morrem mais jovens de 12 a 25 anos de idade, por morte violenta, do que os adultos.
Um estudo feito pela Faculdade Latino Americana de Cincias Sociais (Flacso), o Brasil est em 3 lugar em mortalidade violenta de adolescentes e jovens, entre os 85 pases pesquisados. A pesquisa foi considerada a partir de 1980, desde quando a criminalidade juvenil vem crescendo de ano para ano, constatando que em 2013, 10.520 jovens perderam a vida por morte violenta, como acidente de trnsito, homicdio e suicdio.

* Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 21/3/2016 08:13:33
A EDUCAO FAMILIAR

Educar um filho nunca foi fcil e nos tempos atuais a educao est muito mais difcil para os pais, por causa das diversas interferncias estranhas nas famlias.
O avano tecnolgico colocou disposio da crianada muitos canais de comunicao, como Televiso, Blog, E-mail, Facebook, Orkut, Portal, Skype, Twitter, Youtube, WhatsApp e outros, que so denominaes dos meios de comunicao social e das redes sociais, colocadas disposio das pessoas para se relacionar socialmente.
Contudo, o prprio governo interfere ou quer interferir na criao da meninada, muitas vezes, querendo ideologizar o ensino fundamental, desfazendo-se dos valores familiares, com um gravame, pois, o governo, por meio de resolues e cartilhas, pretende erotizar a crianada, divulgando a questo sexual desde a tenra idade, nas escolas pblicas, que pode ser com fins inconfessveis, ou no se sabe com qual finalidade.
Nos ltimos tempos vrios rgos da mdia tm alertado aos pais para fiscalizar, com critrio, o ensino que est sendo adotado nas Escolas Pblicas, recomendando, especialmente, para os responsveis analisarem o contedo das matrias que esto ministrando no ensino pblico.
bom distinguir qual a funo dos pais ou responsveis, que educar e qual a misso do professor, que ensinar. Os pais so os responsveis pela educao social dos filhos e no o professor, que ensina aos alunos. A criana deve aprender em casa com os pais, irmos, primos, tios, avs e outros membros da famlia, ter bons modos. Recentemente escrevi uma crnica sobre as quatro expresses mgicas, que as crianas devem aprender em casa, que so: por favor, com licena, obrigado(a) e desculpe.
com a famlia que a criana aprende a falar na hora certa, por favor, com licena, obrigada e desculpe. Aprende a ser limpa, asseada, honesta, pontual, no roubar, falar corretamente, com a pronncia certa das palavras, no xingar, no falar palavro, respeitar os semelhantes, principalmente as outras crianas e as pessoas idosas, ser solidria, mastigar com a boca fechada, no mentir, cuidar de suas prprias coisas, arrumar a sua cama de dormir, ser organizada, guardar seus prprios brinquedos, alm dos pais estabelecer limites em suas aes. Isto soa como coisas ultraadas, mas, a criao de nossos pais ou avs, com estes critrios, parece-nos melhor do que a de agora.
Na escola a criana dever aprender Portugus, Matemtica, Cincias, Geografia, Histria, Ingls, Geometria e outras matrias, onde elas tero o reforo dos valores que os pais ensinam. No se deve esperar que o professor conserte as falhas na educao que os pais deram aos filhos.
Assim pais, no transfiram para o professor a obrigao que sua de dar a educao de seus filhos. No permitam que o Estado queira assumir o lugar dos pais na educao das crianas.

* Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 6/1/2016 08:22:24
Por Avay Miranda

Natal - Aniversrio do Menino Jesus

Todo fim de ano acontecem as mesmas coisas. Cada trabalhador ou funcionrio pblico, recebe o 13 salrio, que junta com as economias acumuladas durante o ano para gaudio do comrcio, porque as vendas nas lojas aumentam muito neste tempo, por esta razo as comemoraes do aniversrio de Jesus Cristo, muitas vezes se confundem com propaganda comercial.
Na concepo histrica, por determinao do Papa Jlio I, que comandou a Igreja Catlica de 337 a 352, o Natal simboliza o nascimento de Jesus Cristo, que comemorado desde o ano 350, no dia 25 de dezembro. H um fato histrico interessante, que as festividades Religiosas do Natal substituram as festas do Dia do Nascimento do Sol ou o solstcio de inverno.
Ns aqui do ocidente podemos estranhar esta informao, mas, todas estas festividades nasceram no nesta poca do ano.
No Brasil, algumas tradies europeias foram incorporadas s comemoraes do Natal, como a rvore de natal, que simboliza a vida, a troca de presentes entre amigos, colegas e familiares, a montagem de prespios, que representa o fato de o menino Jesus ter nascido numa gruta, ou estbulo.
A rvore de Natal, um pinheiro, surgiu com uma atitude de So Bonifcio, no ano 723. Ele era Padre e evangelizava a Alemanha. Foi l que ele adotou o pinheiro como a rvore que simboliza o Natal. Depois de escolhida, ele declarou Doravante, ns chamaremos esta rvore de rvore do Menino Jesus, criando, assim, o costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus. O gesto estendeu-se pela Alemanha e pelo mundo.
O Prespio foi inventado por So Francisco de Assis, em 1223, na cidade italiana de Greccio, o primeiro a usar a manjedoura com figuras esculpidas, de pessoas e animais, em tamanho natural, formando um prespio, tal qual o conhecemos hoje para explicar didaticamente, aos seus paroquianos, como foi o nascimento de Jesus. O Prespio ou a ser difundido a partir de 1229.
Na comemorao do Natal aparece o Papai Noel. Trata-se de um homem caridoso, que nasceu na Turquia, no ano de 280. Ele foi Padre e depois Bispo da Igreja Catlica, dai, a cor da roupa e do chapu ser vermelha e barba branca. Ele foi santificado com o nome de So Nicolau.
Conta a tradio que ele viajava num tren puxado por renas e ajudou a popularizar outras caractersticas, como o fato de ele entrar pela chamin para deixar presentes para os moradores. Colocava sacos de ouro nas chamins ou os jogava pela janela das casas. Os presentes de natal jogados pela janela caam dentro de meias que estavam penduradas na lareira para secar. Ento, nasceu a tradio natalina de pendurar meias junto lareira para o Papai Noel deixar pequenos presentes. A figura do Papai Noel, como ns a conhecemos hoje, ou a ser difundida a partir do ano de 1823. Em 1931 a Coca-Cola adotou a cor vermelha e criou o Papai Noel com as caractersticas atuais.
Pena que a propaganda comercial, visando a venda de presentes, acabou com a comemorao real do fato mais importante da vida crist, o nascimento do menino Jesus, pois, hoje as crianas conhecem mais Papai Noel do que o menino Jesus.
Nesta poca, as famlias se renem, com convidados, promovendo comes, bebes e distribuindo ricos presentes para comemorar um aniversrio, que muitas vezes esquecem do aniversariante, um menino pobre que nasceu numa manjedoura.
* Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 15/11/2015 08:57:29
O DIA DO PROFESSOR


Avay Miranda

O dia 15 de outubro dedicado ao Professor. Pelo Decreto n 52,682, de 14.10.1963, o Presidente Joo Goulart determinou que o dia do Professor fosse comemorado condignamente e os estabelecimentos de ensino deveriam promover solenidade para enaltecer a funo do mestre na sociedade moderna, com a participao de alunos e das famlias.
Quem no se lembra da sua primeira professora ou professor com um profundo carinho e respeito quela pessoa que estava ali na sala cumprindo uma misso de transmitir conhecimento, preparando o futuro da nao?
A professorinha j foi enaltecida em prosa e verso, pelos poetas, mas, o professor merece ter este dia 15 de outubro comemorado com festa e reconhecimento pelos ensinamentos que transmite. J se disse que Professor profisso e Educador misso.
Realmente, para ser professor tem que ter vocao para desempenhar esta rdua misso. pena que o professor no valorizado pelos Governos e pela Sociedade. O Governo Federal informa que destina bilhes de reais para a educao, mas, pelo que se v, esse recurso no bem aplicado.
A maioria dos prdios escolares e seu mobilirio, ou seja, a infraestrutura educacional, deixa muito a desejar. O professor no apoiado na sua misso. A prpria formao pedaggica falha. Com raras excees, no se oferece a oportunidade para a reciclagem do educador, para sua necessria atualizao e a utilizao da tecnologia moderna para a difuso do ensino.
Da parte da Sociedade, os pais esquecem que a funo do professor transmitir conhecimento e no educar as crianas. A escola no pode substituir os pais na educao de seus filhos. A educao familiar continua importante e necessria para uma boa formao da criana e do adolescente.
Infelizmente, o povo brasileiro muito mal ducado. V-se pelo comportamento das pessoas nas ruas, no trnsito, no cinema, nos estdios esportivos, com as crianas, com os idosos, com os professores na escola, no se v aquela educao primorosa desejvel. A todo instante vemos notcias de hostilidades aos professores por alunos que no receberam uma educao familiar adequada.
No nosso tempo de escola, tnhamos muito respeito pelos professores, como nossos segundos pais, pois, eles que estavam colaborando para a nossa formao intelectual, nos transmitindo conhecimento e aprimorando a formao tica e moral, em colaborao com nossos pais. Atualmente no se v isto, pois, os professores no so respeitados nas salas de aula.
Aquele professor ou professora mais exigente, mais severo e mais rigoroso que ficou na nossa lembrana. No se lembra dos professores bonzinhos e amigos. Ao longo da vida lembramos daqueles mais austeros.
Assim, neste ms de outubro, na comemorao do dia do Professor, desejo a todos os educadores os efusivos cumprimentos e que essa profisso seja mais reconhecida e valorizada pelos Governos e pelas famlias.

* Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 6/7/2015 08:38:20
ORIGEM DA CORRUPO - Somos levados a acreditar que s os polticos so corruptos. Recentemente uma Revista Semanal de grande circulao atribuiu, inadequadamente, a existncia de Braslia, a causa da grande corrupo, que se alastra aos Poderes da Republica.
No entanto, com as excees necessrias, os polticos que so corruptos no se tornaram corruptos depois que ocuparam cargos no Poder Executivo (Prefeituras, Governos dos Estados e do Distrito Federal e Presidncia da Republica), ou no Parlamento, quer no Senado, na Cmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas, na Cmara Distrital e nas Cmaras de Vereadores.
Na verdade, eles j chegaram l corrompidos. Muitas vezes, ns no observamos, mas, a nossa sociedade que corrupta e os polticos saram da sociedade para ocupar aqueles cargos.
Ningum nasce bandido. com a prtica de pequenos furtos e outros delitos e com a impunidade, ao longo da vida, que se forma um grande ladro.
So os prprios pais que, normalmente, corrompem os seus filhos. Quando os pais acham bonito o filho ser esperto e ar os outros para trs. Aplaudem quando os filhos ganham os jogos de laser, roubando do parceiro. No questionam os filhos, quando chegam em casa com objetos de escola, como caderno, livro, caneta, lpis, borracha, bon, bola e outros, que no foram dados por eles. Quando o pai promete dar uma bicicleta, uma motocicleta, um carro, ou uma viagem, se o filho ar no vestibular, coisa que de sua obrigao. Quando deixam os filhos vontade, no tomando conhecimento de sua situao escolar, no procuram saber quem faz parte da sua companhia, no dando limites para a liberdade de seus filhos, esto contribuindo para que eles sejam corruptos.
Os filhos criados nestas condies ficam com a conscincia adormecida e quando chegam vida adulta, continuam praticando pequenos atos atentatrios tica, moralidade e honestidade, at chegar prtica de grandes desfalques ou roubos e ns no olhamos para dentro de ns mesmos para enxergar que estacionamos o nosso carro nas caladas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas. Estacionamos em vagas exclusivas para deficientes, ou idosos. Adulteramos o velocmetro do carro para vend-lo como se fosse pouco rodado. Subornamos ou tentamos subornar os guardas de trnsito, quando somos pegos cometendo infrao. Trocamos votos por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura, dinheiro, favores. Falamos no celular, enquanto dirigimos. Trafegamos pela direita nos acostamentos num congestionamento. Paramos em filas duplas e triplas em frente s escolas. Violamos a lei do silncio. Dirigimos aps consumirmos bebida alcolica. Furamos filas nos bancos, utilizando as mais esfarrapadas desculpas. Espalhamos mesas e churrasqueiras nas caladas. Pegamos atestados mdicos sem estar doente, s para faltarmos ao trabalho. Fazemos gato de luz, de gua e de TV a cabo. Registramos imveis no cartrio num valor abaixo do comprado, s vezes irrisrios, s para pagar menos impostos. Compramos recibos para abater na declarao do imposto de renda. Mudamos a cor da pele para ingressar na universidade, por meio do sistema de cotas.
Quando viajamos a servio da empresa, se o almoo custa R$-10,00 pedimos nota de R$-20,00. Comercializamos objetos doados nessas campanhas de catstrofes. Compramos produtos piratas com a plena conscincia de que so piratas. Substitumos o catalisador do carro por um que s tem a casca. Diminumos a idade do filho para que este e por baixo da roleta do nibus, sem pagar agem. Emplacamos o carro fora do nosso domiclio para pagar menos IPVA. Contribumos para a Previdncia por cinco anos e queremos aposentar por idade. Frequentamos os caa-nqueis e fazemos uma fezinha no jogo do bicho. Levamos das empresas ou reparties, onde trabalhamos, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lpis, como se isso no fosse roubo. Comercializamos os vales transporte e vales refeio que recebemos das empresas onde trabalhamos.
Quando voltamos do exterior, nunca falamos a verdade quando o policial pergunta o que trazemos na bagagem. Quando encontramos algum objeto na rua, muitas vezes no devolvemos. Achamos bom receber o troco errado e ficamos calados.
Desrespeitamos, deliberadamente, o meio ambiente, jogamos ou deixamos nossos filhos jogarem papeis, lixo, resto de comida, latas de refrigerantes, casca de frutas e at casca de coco, quando estamos viajando de nibus ou em carro prprio, nas estradas, no pensando que recebemos o troco das inundaes de nossas cidades e a poluio do ar, dos rios e lagos.
Contribumos muito mais para o BBB do que qualquer campanha beneficente e por a vai e queremos que os polticos sejam honestos?
Surpreendemo-nos com a farra das agens areas, com os gastos com cartes corporativos, com os desvios de verbas das obras pblicas, das desonestidades praticadas no Poder Legislativo, com os escndalos que acontecem na Cmara dos Deputados, no Senado, nos Governos, nas Assembleias Legislativas e Cmaras de Vereadores.
Estes polticos que a esto saram do meio desse mesmo povo. Os polticos refletem o que existe na sociedade brasileira.

*) Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 4/5/2015 08:22:06
O carro de boi foi trazido de Portugal para o Brasil em 1549, por Tom de Souza, Governador-Geral do Brasil Colnia de 1549 a 1553.
Trata-se de um meio de transporte de mercadorias e, s vezes de pessoas, que foi muito usado no interior do Brasil, desde a sua colonizao at este pas ter condies de dotar a maioria das fazendas de estrada de rodagem, sendo, atualmente, o transporte feito por veculos automotores.
Contudo, este veculo ainda muito usado, especialmente no Norte de Minas, para o transporte de madeira, de postes para a construo de cercas, de cana de acar, de cereais, como milho, feijo, arroz e outros produtos agrcolas, como mandioca, batata, algodo, caf, frutas e verduras das roas ou hortas para as casas das fazendas, alm de tijolos, telhas e areia para a construo civil.
Muitas vezes este meio de transporte utilizado para levar os produtos agrcolas para a sua comercializao na cidade, como cereais, frutas, rapadura, farinha, cachaa, leite e outros produtos tpicos e na volta, conduz o necessrio para o consumo nas fazendas.
Como tenho desejo de preservar os costumes, resolvi descrever o carro de boi para que as geraes futuras no percam a identidade com este meio de progresso, que, por muito tempo foi utilizado no interior do Pas.
O Carro de boi construdo com madeira e ele composto das seguintes peas: a roda de madeira, dividida em trs partes, ou seja: cambota, meio e arreia, contendo ainda, s vezes, o aro de ferro que para proteger as rodas de madeira no atrito com o cho, pedras e cascalho. Quando se quer sofisticar mais as rodas, o fabricante do carro coloca nelas diversos cravos prateados, fazendo, inclusive, alguns desenhos.
Para segurar as rodas, existe o eixo, tambm de madeira, contendo a cava para a cantadeira e a cunha para fixar as rodas no eixo. A mesa do carro de boi composta pelo cabealho, trs travessas, dois travesses: es que atravessam transversalmente o cabealho, sobre os quais se apoiam as tbuas da mesa, tbuas do forro da mesa, fueiros para proteger a mercadoria, a cheda, onde se coloca os fueiros, a cruzeta, a chaveta e o coco, para fixar a mesa no eixo, onde produz o potico canto do carro de boi e recavm, ou requebm, que a parte traseira da mesa.
Em certas regies, como no tringulo e no leste mineiros, como Joo Pinheiro, Paracatu e Una, onde se usa a mesa do carro de boi despontada na frente, prolongando a mesa do carro ao cabealho, usado com desenhos feitos de cravos nas rodas e nas laterais.
A locomoo do carro se d por uma ou mais parelhas, ou juntas de bois, normalmente iguais, com nomes sugestivos, como Canrio e Canarinho, Brioso e Melado, Brilhante e Malhado, Ramalhete e Pintado, entre outros.
O instrumento que coloca no pescoo dos bois se chama canga, que de madeira, composta pelas seguintes peas: a canga em si, um pedao de madeira trabalhada, que une um boi ao outro, o canzil, a brocha, que servem para fixar a canga no pescoo dos bois e o tamboeiro, para a colocao do cabealho na canga, sendo as duas ltimas peas de couro cru, curtido e torcido, que serve para prender o cabealho ou o cambo canga. Para unir um boi ao outro, eles so amarrados pelo lao, que de couro cru ou de piaaba. Na frente vai uma pessoa puxando os bois, que se chama guieiro e atrs vai o tocar de boi. Para amansar os bois, quando ainda novos, eles am todo o dia na manga, amarrados um ao outro, por meio da trela, que um pedao de corrente de ferro, ligado com corda de couro cru, para amarrar no pescoo dos bois.
Quando se coloca mais de uma junta de bois, uma ligada outra pela tiradeira, estando a descrito o meio de transporte que ajudou a produzir o progresso do Brasil.

*) Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


79681

Por Avay Miranda - 30/3/2015 08:19:47
Relacionamento Social

As crianas, atualmente, dispem de grande avano da tecnologia para aprender o necessrio para a sua vida. O Google e a Wikipdia se tornaram o maior apoio para os estudantes. Lamentvel que o ensino no Brasil muito ruim e a escola no d a oportunidade do aluno aproveitar todo este avano tecnolgico para ter condies de competir com os outros jovens de qualquer parte do Planeta.
Entretanto, esta revoluo da tecnologia, especialmente com o advento do computador e da Internet, tem trazido preocupao para os pais e educadores, sobre o relacionamento social dos adolescentes e das crianas.
Houve um enorme avano na criao das ferramentas de relacionamento social para a Internet, contudo no tem havido a mesma ateno para o relacionamento pessoal necessrio, das crianas e jovens.
Antigamente, aps chegar da escola, as crianas se reuniam na rua, nos ptios, praas e reas livres das vilas e condomnios para brincar, ou jogar futebol nos campos de peladas, onde havia o entrosamento e relacionamento pessoal.
Contudo, a tecnologia coloca disposio das pessoas, especialmente crianas e jovens, diversos tipos de ferramentas para comunicao pela Internet, mas, no se transformam em relacionamento pessoal.
A revoluo do computador possibilitou aos jovens ar muitas horas em jogos on-line, no videogame e outros entretenimentos. O o Internet se tornou muito popular. Blog, E-mail, Facebook, Orkut, Portal, Skype, Twitter, Youtube, entre outros, estas palavras em ingls, que j se incorporaram ao idioma portugus, so as denominaes dos meios de comunicao e das redes sociais, colocadas disposio das pessoas para se relacionar socialmente.
As pessoas tm o mundo dentro de sua casa. Nos apartamentos e nas casas, elas esto ligadas ao mundo e se comunicam com pessoas de qualquer parte do planeta, no havendo mais fronteira entre elas. Porm, todo este tipo de comunicao no redundou num relacionamento de proximidade, antes existente. Trata-se de uma comunicao fria e sem emoes.
Com efeito, o avano da tecnologia e a facilidade de o a ela, mudou o comportamento e criou novo perfil das pessoas. No meu tempo de criana, tnhamos que construir os nossos brinquedos. As mulheres iam organizar as cozinhas, fabricar as suas bonecas, inventar diferentes roupas para elas, pular corda, aprender cantiga de roda, enquanto os homens iam construir os seus carros, inclusive os de bois, caminhes, tratores, casas, prdios, currais, cercas, armas, entre outros, mas, hoje encontra-se todo tipo de brinquedo nas lojas, ou na Internet, tirando a oportunidade das crianas de abrir a sua criatividade e despertar novos cientistas e inventores.
Com o advento da Internet, a comunicao no se d mais na relao pessoal. As pessoas esto ligadas revoluo digital. am vrias horas por dia, diante de um computador. claro que no estou condenando a facilidade da comunicao atual, que muito positivo.
bom lembrar, entretanto, que este relacionamento frio, distncia, praticado com a comunicao pela Internet, pode ser prejudicial para a populao do futuro, por se tratar de um universo paralelo ao real, que vivemos no dia a dia, com um relacionamento social, sem vibrao e sem a proximidade fsica, to necessrias.
Sem perceber o perigo, muitos jovens esto colocando suas informaes pessoais e de seus familiares, nessas redes sociais, aumentando a possibilidade dos bandidos se utilizarem desses dados para a prtica de assaltos s suas residncias e sequestros, como j vem acontecendo.

*) Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 27/2/2015 11:12:16
Gente Humilde

A humildade uma das sete principais virtudes humanas. As outras so: Castidade, Generosidade, Temperana, Diligncia, Pacincia e Caridade.
O dicionrio conceitua a humildade como virtude que nos d o sentimento de nossa fraqueza; modstia, submisso, inferioridade. J a palavra humilde, significa que a pessoa tem ou aparenta humildade, singelo, obscuro.
Estou escrevendo sobre gente humilde para esclarecer a conotao que muitas vezes a palavra humilde toma no conceito da sociedade de uma regio ou mesmo de um pas. Normalmente se ouve a referncia a humilde, quando se trata de pessoa simples, pobre, sem recursos financeiros.
Ora, a humildade no pode ser observada por condio social, cor, religio, tipo de roupas, ou rios, que a pessoa usa.
Constantemente se v a aluso de que uma pessoa "humilde" por ser pobre, que reside na periferia, ou favela, ou de baixa renda, ou por estar vestida com roupas rasgadas, precrias, ou baratas.
Com efeito, a humildade um comportamento, um estado de Ser. No d para reconhec-la em uma ou duas atitudes. preciso uma continuidade desse comportamento. O verdadeiro humilde nunca se reconhece como tal, pois, humildade ausncia de ego e de vaidade.
Podemos afirmar, em algumas de nossas atitudes especficas, que estamos "mais humildes", mas na verdade "menos arrogantes e prepotentes".
Voc no pode ser humilde por querer. Ela inerente pessoa.
s vezes encontramos com amigos ou conhecidos que nos revelam que foram a uma comunidade de pessoas humildes", se referindo, evidentemente, a um local pobre, bairro da periferia ou favela.
Por conseguinte, a humildade sempre reconhecida pelo outro. No existem humildes pobres. Pois a humildade a verdadeira nobreza.
A verdadeira humildade aquela que o homem tem conscincia e possui uma convico do que ele , da sua capacidade, da sua fora ou da sua fraqueza, compreende a sua inferioridade, reconhece seus limites, mas, no sofre por isso, se esfora e trabalha para ser melhor e procura constantemente seu aperfeioamento fsico, moral e espiritual.
Portanto, ser humilde saber ir at o ponto, no interferir nos outros.
Ser humilde no intrometer-se na vida dos outros.
Adquire-se a humildade lentamente pelo trabalho interior. A humildade, a conscincia e o sentimento podem ser provocados pelo recolhimento da existncia de algo superior em ns, reconhecer a grandeza de Deus, o Ser Supremo, das suas Foras Universais ou das leis que as regem, ante essa compreenso e reconhecimento interior sobre a reverncia grandeza do Criador.
A verdadeira humildade sempre est acompanhada de outras virtudes, como: caridade, misericrdia, amor, verdade e compaixo.
O termo humildade vem de hmus, palavra de origem latina que quer dizer terra frtil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente.
O contrrio de humildade orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende. O orgulhoso soberbo, julga-se superior e esconde-se por trs da falsa humildade ou da tola vaidade.
A humildade a virtude que d o sentimento exato da nossa modstia,cordialidade, respeito, simplicidade, honestidade e ividade. A humildade dos que vivem na pobreza, pode ser vista, pelos ricos, como uma fraqueza ou maneira de promover reverncia e submisso das classes populares.
Por humilde tambm se pode entender a personalidade que assume seus deveres, obrigaes, erros e culpas sem resistncia. Assim, se pode dizer que a pessoa ou indivduo "assume humildemente que errou".
Para melhor compreenso do que seja humildade, transcrevo abaixo um pensamento de Benjamim Flanklin: "Ser humilde com os superiores uma obrigao, com os colegas uma cortesia, com os inferiores uma nobreza."
Jesus Cristo deu a maior demonstrao de humildade. Sendo DEUS, veio ao mundo pela gestao normal de uma mulher. Nasceu numa manjedoura, ou a vida dando amor, compreenso e fazendo bem e morreu pela pior maneira possvel na poca, pregado numa cruz, pena reservada apenas aos ladres e mafeitores.

*) Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da
Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 10/1/2015 16:14:05
O PERDO

*) Avay Miranda

A palavra PERDO mgica. Podemos classificar o ato de perdoar, como sublime. No linguajar popular diz-se que depois que inventou o

PERDO no houve mais atritos, desavenas, inimizades e guerras porque, com o pedido de perdo tudo desaparece, esquece-se a ofensa, ficando esclarecido e voltando-se ao estado anterior.
O Dicionrio conceitua o perdo como: remisso de pena, desculpa e indulto. V-se, assim, que um simples pedido de perdo pode evitar um atrito,
uma discusso, uma inimizade, uma morte e at mesmo uma guerra.
Perdoar deixar de considerar o outro com desprezo ou ressentimento. deixar de lado toda a ideia de vingana daquele ato praticado, esquecer a ofensa, ou as consequncias que ela causou. O perdo no um sentimento, nem depende de nossa vontade ou emoo. Quando perdoamos, devemos ar uma borracha em todos os sentimentos de mgoa que ainda temos, esquecer definitivamente a ofensa.
Com a concesso do perdo, libertamo-nos do dio, expulsamos a mgoa, isentamos os nossos ofensores e a ns mesmos, pois todos ns
Para se pedir o perdo, a pessoa que praticou a ofensa a outrem tem que se humilhar, reconhecer o seu erro e se aproximar do seu desafeto e, com
palavras mansas e conciliadoras, pedir o perdo pela ofensa que praticou.
Podemos observar que a falta do perdo pode causar muitos estragos na nossa sociedade. Quantos casamentos foram desfeitos, quantas inimizades
nasceram entre pais e filhos, entre irmos, entre amigos, entre companheiros, que fazem parte da mesma organizao, at mesmo de componentes de um
clube de servio, de um sindicato, ou de uma associao, que poderiam ser evitados se houvesse o pedido sincero de perdo?
O perdo pode ser a ferramenta mais sublime para o bom convvio entre o ser humano e para a evoluo do nosso Esprito. , portanto, por meio do perdo que evitamos os conflitos, os atritos, a inimizade e a desavena. Quando perdoamos a algum que nos ofendeu, estamos fazendo um bem a ns mesmos, mais do que o perdoado.
Para perdoar no falar apenas uma expresso eu te perdoo. O perdo, com efeito, o esquecimento das ofensas, no deixar as energias negativas que nos motivavam a vingana tomarem a nossa conscincia induzindo-nos a praticar algo contra o ofensor. O perdo , de conscincia tranquila, ignorar as falhas do nosso irmo, pois, assim como ns, ele est nesta terra ando as mesmas aflies, as mesmas tormentas e tentaes pelo mesmo objetivo, aprender, expiar faltas e evoluir rumo ao Criador.
No levando este artigo para o lado da religio, mas, apenas como uma referncia ao fato histrico, informamos que na lei de Talio, havia a mxima de olho por olho e dente por dente. Isto quer dizer que naquela poca havia reciprocidade na ofensa e nas penas, pois, o ofensor deveria receber o mesmo castigo que infringiu ao ofendido.
Entretanto, Jesus Cristo veio com novo ensinamento, aconselhando aos seus seguidores, que so os cristos, a perdoar uns aos outros na comunidade e inclusive, perdoar e amar os prprios inimigos.
Santo Estevo ao ser apedrejado, no mesmo momento, ele perdoava os seus ofensores, como est registrado em Atos dos Apstolos 7,60.
O Pedro no tem limites e este ensinamento foi-nos deixado pelo prprio Jesus Cristo. Conta o Evangelho de So Mateus, 18,21-22, que o
Apstolo Pedro se aproximou de Cristo e perguntou: Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmo quando ele pecar contra mim? At sete vezes? Jesus respondeu: No te digo at sete vezes, mas, at setenta vezes sete, que infinito.

*) Avay Miranda, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia, membro da
Academia Montesclarense de Letras e do IHGMC.


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Por Avay Miranda - 7/12/2014 15:03:52
Ol, meu caro Alberto Sena Batista, Resido em Braslia-DF, h mais de 30 anos. Tenho acompanhado seus escritos pelo mural "montesclaros.diariomineiro.net", do nosso comum amigo Paulo Csar Narciso.
Refiro-me, agora, ao trabalho que voc fez com relao instalao da empresa mineradora Sul Americana Metais - SAM, no Municpio de Gro Mogol, especificamente na localidade de Vale das Cancelas.
Como voc sabe, sou de Taiobeiras, aonde vou vrias vezes ao ano, porque meus pais chegaram a completar 102 anos de vida e 82 anos de casados e eu dou muita assistncia a eles.
Minha me faleceu no dia 31 de maio deste ano e no ltimo dia 2 de dezembro, meu pai completou 103 anos de idade.
Portanto, conheo bem a localidade de Vale das Cancelas, desde a construo da primeira casa, porque fica na estrada BR-251, que utilizo para ir de Montes Claros a Taiobeiras.
A explorao do minrio nos Municpios de Gro Mogol, Rio Pardo de Minas e de Fruta de Leite, certamente vai levar grande desenvolvimento para toda a regio, especialmente para minha terra, Taiobeiras, que dispe de uma infraestrutura urbana melhor na regio, como escola, hospital, comrcio, hotelaria e outros e para Salinas, que tambm tem boa infraestrutura urbana.
Desde a construo da primeira casa no Vale das Cancelas que eu venho prevendo que ali ser futuramente uma cidade.
Creio que sua matria veio reforar esta previso, pois a grande parte dos funcionrios da SAM, certamente se instalar naquela localidade.
Mas, no s a SAM que est prevista para se instalar na regio. Fala-se em outras Mineradoras.
Olhe, Alberto, tem uma coisa que eu reivindico. Vale das Cancelas para ser nome de cidade, muito feio e bastam os outros nomes feios de cidades existentes em Minas Gerais.
A minha sugesto que se d o nome daquela localidade de MINERPOLIS, em homenagem ao Minrio.
Assim, envio os meus cumprimentos pela tima matria sobre o assunto, especialmente pelas suas alertas para a populao de Gro Mogol e da regio ficar atenta ao que vai acontecer para no permitir a degradao do ambiente.
Meus parabns.

Avay Miranda


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Por Avay Miranda - 22/10/2012 08:24:46
O Livro que trata da morte de Lampio no Norte de Minas est na segunda edio

Braslia (de Avay Miranda), A Thesaurus Editora de Braslia est ultimando os detalhes para colocar no mercado a 2 Edio do livro LAMPIO, o Invencvel: duas vidas, duas mortes, de autoria de Jos Geraldo Aguiar.
A 2 Edio vem revisada e ampliada pelo Autor, para melhor compreenso dos leitores que procuram informaes sobre o verdadeiro heri do serto.
Jos Geraldo Aguiar nasceu em 1949, em So Francisco-MG. Fez seus primeiros estudos em So Francisco e em Montes Claros, Minas Gerais. Mudou-se para So Paulo, onde fez o curso tcnico em Contabilidade, no Colgio Santos Dumont, no Bairro do Braz e frequentou outros cursos, entre eles o bsico e o superior de fotografia.
Casou-se, com Edny Prestes Aguiar e voltou para sua terra natal para exercer a profisso de fotgrafo.
Nos seus diversos contatos com pessoas do Municpio de So Francisco, tomou conhecimento de rumores de que Lampio estava vivo e residia naquele Municpio. Ento, comeou a investigar at encontrar um homem de costumes esquisitos, sem amigos, sem famlia e que no gostava de conversa com pessoas estranhas.
Geraldo Aguiar, como era conhecido, utilizando-se de sua profisso de fotgrafo, se aproximou daquele homem, tendo o primeiro encontro se dado em 1987. Ele dizia se chamar Joo Teixeira Lima.
Geraldo Aguiar no desistiu, procurou vrias vezes dialogar com aquele homem e foi adquirindo a sua confiana. Algum tempo depois tirou sua fotografia para a carteira do FUNRURAL. Com estes contatos, o conhecimento foi se aprofundando e, diante de muita insistncia, resultou que num dia do encontro, quando aquele homem estava mais descontrado, recebeu a confisso de que ele era o Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampio.
Geraldo Aguiar pediu para ele narrar os fatos relacionados com sua vida e depois de vrios encontros, sabendo da dimenso daquela histria, pediu autorizao para public-la, mas, Joo Teixeira Lima, o Lampio, disse que somente depois de sua morte, que a histria poderia ser publicada, autorizando, em seguida, sua companheira, na poca, Severina Alves de Morais, a fornecer todos os dados que o Autor necessitasse.
Jos Geraldo pesquisou durante 17 anos, entrevistou mais de 60 pessoas que tiveram contato, ou colaboraram com Lampio, escreveu a histria, recheada de detalhes e em setembro de 2009, a mesma Thesaurus Editora materializou o livro, que foi lanado no Crato, Cear, num Congresso sobre Lampio, depois foi lanado em Braslia e em outras cidades de Minas Gerais.
O livro foi sucesso de venda, tanto que Geraldo Aguiar comeou a fazer a sua reviso para a 2 Edio, to logo viu que a obra caiu no gosto dos leitores.
Ele havia combinado com a Editora para lanar a 2 Edio, mas, infelizmente, no dia 19 de maio de 2011 teve um infarto fulminante e veio a falecer, prematuramente, entre So Francisco de Braslia de Minas, quando tinha 61 anos de idade.
A viva, Senhora Edny Prestes Aguiar, confirmou o acordo com a Editora e o livro, que veio revolucionar a histria de Lampio, dando uma Nova verso sobre a morte oficial de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampio, bem diferente da morte histrica, ser lanado no mercado nos prximos dias.
Fontes da Editora informam que, com o lanamento da 1 Edio, houve algumas pessoas fieis histria oficial, lanaram crticas verso apresentada no livro, entretanto, afirma que a critica construtiva.
Para escrever o livro, o autor procurou se cercar de provas documentais e testemunhais e por isto pede-se que as pessoas devem conhecer primeiro o livro para depois criticar e apontar os erros.


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Por Avay Miranda - 29/12/2011 11:16:46

BODAS DE CARVALHO

Um casal residente em Taiobeiras MG, est alcanando uma etapa da vida indita na regio. Trata-se de Isalino Miranda Costa e Elvira Mendes. Entre os meses de dezembro de 2011 e abril de 2012, eles completaro 100 anos de idade, cada um e em 31 de janeiro iro completar 80 anos de casados, comemorando as Bodas de Carvalho.
Isalino Miranda completou 100 anos de idade no dia 2 de dezembro. Elvira Mendes completar a mesma idade no dia 17 de abril de 2012.
Elvira Mendes aprecia as coisas mais simples. at tmida, sem vaidades, no se sobressaiu socialmente, mas, ou a vida dedicada sua famlia, cuidando do marido e criando os 13 filhos do casal, 11 esto vivos.
uma pessoa muito inteligente, sagas, determinada, ativa e possuidora de esprito de liderana. muito forte aplicou toda a sua fora, energia e talento, na dedicao famlia.
Aprecia a natureza, visto que nasceu e ou a maior parte de sua vida na fazenda, intercalando com alguns perodos que ou na cidade, por causa da escola para os filhos. Seu maior prazer cuidar de hortas, plantio de milho, feijo, outras pequenas culturas e criao de animais domsticos de pequeno porte. Para isto, utiliza at mesmo o quintal de sua residncia.
Por sua vez, Isalino Miranda Costa sempre foi dinmico e empreendedor. No dia 19 de abril de 1919, ele tinha 8 anos de idade e estava com uma gripe muito forte. Durante o sono, noite, sonhava que algum atirava com uma arma de fogo e ele via as balas saindo. Despertou com o seu av Honorato Jos da Costa chamando-o para sair do Povoado, com destino Fazenda Coqueiro. Quando acordou, realmente ouviu os tiros, do episdio histrico do Povoado, quando os homens de bem tiveram que se reunir para defender o lugarejo do malfeitor Leondio, que queria saquear as casas.
Na adolescncia, em companhia dos pais, em 1926 foi obrigado a se esconder no mato, da Coluna Prestes que se aproximava do ento Distrito de Taiobeiras. Ainda jovem, perdeu o seu pai, Joo Miranda Costa, que faleceu na estrada de Montes Claros, para onde ia a cavalo a procura de tratamento de sua sade, ento ele foi ajudar a sua me, Luza Rosa de Miranda, a istrar a fazenda e criar os irmos.
Devido s suas atividades empreendedoras, em 1947 foi convidado por Ageu e Sidney Almeida para istrar o trabalho de construo do campo de aviao. O projeto inicial era construir uma pista de 400 metros de comprimento por 100 de largura, para descer teco-teco, mas, devido a quantidade de trabalhadores que ele contratou, construiu uma pista com o dobro, 800 por 100 metros, em 60 dias.
Em 1951 e 1952, ele istrou o servio de ampliao da pista para 1.200 e cercou o campo de aviao. Quando foi prestar contas, tendo sobrado um pouco de dinheiro da verba, o Dr. Gilberto de Almeida disse: a primeira vez que vejo sobrar dinheiro de servio pblico. Este campo serviu a Taiobeiras por longos anos.
Demonstrando este dinamismo, o chefe poltico do Distrito, Arquimedes Moreira de Almeida o convidou para entrar na poltica. Ele fez algumas exigncias e tendo sido atendido, foi candidato a Suplente de Juiz de Paz, sendo eleito, exerceu o cargo como titular, devido a licena do titular.
Continuou na poltica e serviu aos Trs Poderes no Municpio: Judicirio, Legislativo e Executivo. Ele foi eleito trs vezes como Juiz de Paz, duas vezes como vereador, uma vez como Vice-Prefeito e uma vez como Prefeito, encerrando a sua carreira poltica, ao finalizar o mandato de Prefeito em 1972.
Na dcada de setenta, o Governo resolveu instituir um mandato tampo de dois anos para coincidir as eleies municipais com as gerais de Governadores, Deputados e Senadores. Por isto ele foi candidato nico em 1970 e exerceu o cargo de Prefeito no perodo de 1971 e 1972.
Isalino Miranda Costa ocupou vrios cargos pblicos e de entidade de classe, como: Presidente do Diretrio Municipal da ARENA, transformado em PDS. Presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais de Taiobeiras, do Sindicato dos Produtores Rurais de Taiobeiras, Presidente do Mobral Municipal, da Comisso de Educao Municipal e do Conselho Particular So Sebastio da Sociedade de So Vicente de Paulo.
catlico praticante, foi auxiliar direto do Frei Jucundiano Kok. Ajudou a fundar a Liga Catlica Jesus Maria Jos e a primeira Conferncia Vicentina, ambas em 1938.
Alm destes cargos, ele foi o Tesoureiro e praticamente o dirigente da Liga Catlica Jesus, Maria e Jos, desde a sua fundao, em 1938, durante 52 anos. Foi Presidente do Apostolado da Orao, por alguns anos. Foi Ministro Extraordinrio da Eucaristia, no tempo do Frei Jucundiano. Foi auxiliar direto do Frei Constncio Malles, durante o tempo em que ele atendeu a Parquia de Taiobeiras e ficava hospedado em sua casa. Continuou Ministro Extraordinrio da Eucaristia durante alguns anos com o Frei Salsio Heskes.
Como teve uma vida pblica muito rica em realizaes, foi homenageado por vrios rgos e entidades. Em 24.12.1971 recebeu o Diploma de Honra ao Mrito, pelo Ministrio da Educao e Cultura, por ter, como Prefeito, participado do processo de erradicao do analfabetismo, pelo Movimento Brasileiro de Alfabetizao Fundao MOBRAL.
O Grupo de Jovens Beija Flor, de Taiobeiras, outorgou-lhe um Diploma de Honra ao Mrito, em 01.05.1979, em decorrncia de sua colaborao na construo da sede prpria, situada na Rua Bom Jardim.
Recebeu homenagem da 50 Festa de Maio, em 11.05.2006, prestada pela Prefeitura Municipal de Taiobeiras, na gesto de Denerval Germano da Cruz. Em 27.05.2006, recebeu homenagem da Subseo da Ordem dos Advogados do Brasil de Taiobeiras, pelos servios prestados ao Municpio, em especial para a criao e instalao da Comarca em Taiobeiras.
Foi homenageado pelo Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais, em 01.12.2007, com a Medalha Desembargador Hlio Costa, pelos servios prestados Justia de Minas Gerais para a aprovao e instalao da Comarca de Taiobeiras. Em 29.06.2008 recebeu homenagem da Federao das Ligas Catlicas Jesus, Maria e Jos, pelos 70 anos de fundao daquela Liga em Taiobeiras e no dia 3 de dezembro de 2011, recebeu a Comenda Martinho Rgo, outorgada pela Cmara de Vereadores de Taiobeiras, na qualidade de ex-vereador.
Martinho Antnio Rgo foi o primeiro Vereador, em Rio Pardo de Minas, representando o Distrito de Bom Jardim das Taiobeiras e Isalino Miranda Costa foi eleito Vereador na primeira eleio realizada em Taiobeiras como cidade, em 1954.


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Por Avay Miranda - 5/6/2011 18:17:26
ORBIS CLUBE

* Avay Miranda

Fiz parte da turma que fundou o Orbis Clube de Montes Claros, no dia 1 de maio de 1960. Naquela poca o Orbis era integrado s por jovens, do sexo masculino de 18 a 26 anos de idade.
Ento o Rotariano Hidelbrando Mendes conseguiu reunir uma pliade de jovens montesclarenses, fez vrias reunies preparatrias com eles e apenas dois anos e seis meses depois de fundado o primeiro Orbis Clube, em Fortaleza, ns fundamos o Orbis Clube de Montes Claros, Norte de Minas Gerais.
Os jovens abraaram a causa com todo o entusiasmo e interesse em prestar servio comunidade. Vrias campanhas foram lanadas, simultnea ou sucessivamente. Uma que se tornou de conhecimento nacional, foi a companha de combate ao barbeiro, inseto transmissor do protozorio Trypanosoma Cruzzi, causador da doena de chagas.
Montes Claros na dcada de sessenta possua 105 mil habitantes, sendo que a populao urbana era de 43 mil e a rural, de 62 mil habitantes. Portanto, era um Municpio com a predominncia de populao rural.
Apesar de ter mais de 100 mil habitantes, o nmero de eleitores era muito pequeno e por isto aquela cidade no era levada em considerao pelos polticos e governantes da poca. Alm disto, o Municpio vinha de uma srie de prefeitos ruins, que no promoviam o desenvolvimento que a cidade e o Municpio mereciam.
Ento o Orbis Clube resolveu lanar uma campanha de esclarecimento pblico para incentivar s pessoas a se inscreverem como eleitores. Ao mesmo tempo decidiu manter a campanha para conscientizar o povo da necessidade de eleger pessoas progressistas para ocupar o cargo de Prefeito e formar uma boa cmara de vereadores.
To logo foi anunciada a campanha, o Orbis Clube recebeu o apoio da imprensa. O Diretor de O JORNAL DE MONTES CLAROS ofereceu um espao para uma crnica semanal, tendo o Presidente do Orbis Clube me incumbido de ocupar o espao, porque eu j militava em jornais e na ZYD-7, Rdio Sociedade Norte de Minas.
O nome do espao foi escolhido como COLUNA DE DEBATES, porque, ora o Companheiro Otoni Carib Cunha e ora eu escrevamos os artigos e recebamos crticas ou elogios dos leitores. Mantivemos aquela coluna por vrios meses e houve sensvel aumento do nmero de eleitores.
Assim, ns, em nome do Orbis Clube abordamos os assuntos diretamente relacionados com as ms istraes dos ltimos anos, apontando as falhas e dando as solues, no nosso entender.
Pode ser coincidncia, mas, a campanha obteve total sucesso, visto que os dois partidos, ento existentes: ARENA e MDB resolveram se unir e lanar como candidato nico, o Rotariano Antnio Lafet Rebelo, nas eleies de 1966. Como o cargo de vereador no era remunerado somente pessoas de esprito pblico concorriam s eleies. Os 15 vereadores eleitos eram, na maioria, formada por mdicos, advogados, engenheiros, comerciantes, fazendeiros e bancrios. O Prefeito adotou todas as ideias dos orbianos, acrescidas das dele prprias e fez uma istrao progressista, o que possibilitou que Montes Claros obtivesse um grande desenvolvimento daquela poca para frente. Pelo senso de 2010, Montes Claros tem uma populao de 361.971 habitantes, sendo que a populao rural ficou diminuta, no chegando a 30.000 habitantes.
Montes Claros tornou-se num polo importante, na poltica, na educao, com diversas Faculdades e Universidades, na indstria, no comrcio, na prestao de servio, na assistncia sade e o Orbis Clube teve participao neste impulso.
Atendendo ao chamamento e ao incentivo dos companheiros e amigos, fui candidato a vereador pela ARENA-2. Fiquei na primeira suplncia e exerci o cargo por 4 meses no final de 1968. Naquela poca vereador no tinha vencimento e nem qualquer outro benefcio. Houve uma proposio de um vereador para que a Cmara de Vereadores de Montes Claros enviasse uma moo ao Presidente da Repblica e ao Ministro da Justia, pedindo que se institusse uma remunerao para os Vereadores.
Na hora da deciso, cada Vereador votava de acordo com seu pensamento e alguns justificaram sua posio. No encaminhamento do meu voto, aleguei que eu achava que o Vereador no devia ganhar nada para exercer esta funo pblica e que eu j vinha trabalhando pela comunidade como voluntrio sem remunerao. Alm disto, aleguei que em 1966 ns, candidatos a vereador, informamos aos eleitores que queramos ser vereadores para trabalhar em benefcio da comunidade sem nenhuma pretenso pessoal, portanto, o meu voto foi contra aquela proposio.
Foi o nico voto contrrio proposio. Portanto, eu fui minoria absoluta e foi o voto que mais me honrou. Tive orgulho daquele nico voto, porque at hoje penso que a vereana deve ser exercida gratuitamente, por pessoas de esprito pblico, sem interesse pessoal, como eram todos os candidatos de 1966.

*Avay Miranda fundador do Orbis Clube de Montes Claros, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Braslia.




Selecione o Cronista abaixo:
Avay Miranda
Iara Tribuzi
Iara Tribuzzi
Ivana Ferrante Rebello
Jos Ponciano Neto
Manoel Hygino
Afonso Cludio
Alberto Sena
Augusto Vieira
Avay Miranda
Carmen Netto
Drio Cotrim
Drio Teixeira Cotrim
Davidson Caldeira
Edes Barbosa
Efemrides - Nelson Vianna
Enoque Alves
Flavio Pinto
Genival Tourinho
Gustavo Mameluque
Haroldo Lvio
Haroldo Santos
Haroldo Tourinho Filho
Hoje em Dia
Iara Tribuzzi
Isaas
Isaias Caldeira
Isaas Caldeira Brant
Isaas Caldeira Veloso
Isaas veloso
Ivana Rebello
Joo Carlos Sobreira
Jorge Silveira
Jos Ponciano
Jos Ponciano Neto
Jos Prates
Luiz Cunha Ortiga
Luiz de Paula
Manoel Hygino
Marcelo Eduardo Freitas
Marden Carvalho
Maria Luiza Silveira Teles
Maria Ribeiro Pires
Mrio Genival Tourinho
montesclaros.diariomineiro.net
Oswaldo Antunes
Paulo Braga
Paulo Narciso
Petronio Braz
Raphael Reys
Raquel Chaves
Roberto Elsio
Ruth Tupinamb
Saulo
Ucho Ribeiro
Virginia de Paula
Waldyr Senna
Walter Abreu
Wanderlino Arruda
Web - Chorografia
Web Outros
Yvonne Silveira